Donald Trump completa 73 primaveras nesta sexta-feira em meio a duas certezas: a primeira diz respeito à presença do nome dele no noticiário, algo que certamente não vai deixar de ser uma realidade tão cedo. A outra tem a ver com um traço da personalidade de Trump bastante conhecido por seus familiares e amigos mais chegados, que é um desejo fora do comum de sempre atingir um feito maior do que o anterior.
O problema é que, no caso específico do bilionário – que foi de mero ricaço excêntrico de Nova York a apresentador de reality show e terminou como presidente dos Estados Unidos em pouco mais de doze anos -, a “próxima grande coisa”, como dizem os americanos, pode ser um degrau bastante difícil de ser escalado. Afinal, o que está acima de alguém que já chegou no olimpo?
Com base nesse dilema, Glamurama aproveita a deixa do aniversário de Trump, talvez o político mais famoso e controverso do mundo na atualidade, para analisar o que o futuro pode estar lhe reservando. E, claro, permanecer mais uns quatro aninhos na Casa Branca, goste ele ou não, é desde já uma das possibilidades. Continua lendo… (Por Anderson Antunes)
Lançar um canal de TV próprio
Muita gente nos EUA, sobretudo os frequentadores de círculos poderosos, acredita que Trump só aceitou disputar o cargo mais importante do país com um único objetivo: aproveitar o hype em torno de algo desse tamanho para lançar a Trump Network, um canal de notícias conservador no estilo da “Fox News” que há tempos ele sonha em fundar. O que não estava nos planos do homem que passa pelo menos seis horas por dia assistindo televisão era vencer a eleição, o que acabou acontecendo. Será que o ex-astro da telinha ainda pensa em tirar o antigo projeto do papel?
Construir uma biblioteca pública na Flórida
Como Glamurama contou recentemente, Trump vai seguir a tradição de vários de seus antecessores – que criaram museus ou centros culturais quando deixaram a presidência – e já definiu que uma biblioteca pública com seu nome começara a ser erguida em Palm Beach, na Flórida, assim que se tornar ex-presidente. Dificilmente, no entanto, ele fará isso com o próprio dinheiro, uma vez que a regra nesses casos e até por questões éticas determina que os fundos para bancar essas empreitadas sejam levantados com terceiros. Isso sem falar que, apesar de ser autor de vários best-sellers (todos escritos por ghost-writers), Trump não é muito fã de leitura… Ser expert em tuítes conta?
Voltar a demitir pessoas na telinha
A TV, como já foi dito, é uma das paixões de Trump. E à parte a ideia de lançar a Trump Network, algo que ele pode voltar a fazer em sua vida pós-Washington é apresentar o reality “O Aprendiz”, justo aquele que o tornou um nome conhecido em todo os EUA no começo dos anos 2000. Além de host, Trump também produzia a atração, que rendeu alguns spinoffs e encheu a conta dele com cerca de US$ 50 milhões (R$ 192,7 milhões) anuais quando estava no ar. Uma versão de “O Aprendiz”, que teve até “filhote” brasileiro, apresentada por um ex-chefe do executivo mais poderoso do planeta soltando uns “Você está demitido!” pode atrair muitos telespectadores.
Decretar a falência da Trump Organization
Engana-se quem pensa que isso seja um exagero, até porque Trump já declarou falência seis vezes. E os negócios dele desde sua ascensão no mundo político não andam nada bem. Prédios que levam o nome Trump foram rebatizados, outros que pertencem ao bilionário e sua família não atraem compradores, em alguns casos há anos. Sem falar nos resorts de golfe dele na Europa, que penam pra dar lucro. Trump, é claro, tem um patrimônio enorme, mas não é novidade pra ninguém que ele contrai muitas dívidas tanto na pessoa física quanto na jurídica e pode, eventualmente, enfrentar dificuldades para honrar alguns desses compromissos.
Continuar exatamente onde está por mais quatro anos
Enfim, sobrou um segundo mandato como presidente dos EUA, o que é tido como bastante provável por alguns e nem tão certo assim por outros (lembrando que na disputa contra Hillary Clinton, em 2016, ela recebeu bem mais votos e só não ganhou o pleito porque o sistema eleitoral americano considera outras coisas além do voto). Motivos para a reeleição, no entanto, não faltam: a economia americana está indo de vento em popa, como prometido por Trump, o índice de desemprego entre os americanos é baixíssimo e, tirando uma ou outra polêmica ali, de resto tudo vai bem. Resta saber se um revival de uma grande conquista é algo que interessa a ele.