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Por Pedro Henrique França para revista Joyce Pascowitch de fevereiro

Ele tem apenas 16 anos, mas já acumula milhares de fãs que não se cansam de chamá-lo de “lindo” e “gostoso”. Em sua conta no Instagram, colecionava 135 mil seguidores até o fechamento da reportagem. Enzo Celulari, o dono do feito, não tem muito além do sobrenome para justificar tal status de celebridade. Aparentemente. O filho primogênito de Cláudia Raia e Edson Celulari ganhou seu primeiro momento de fama solo, ou seja, sem a ajuda dos pais, graças a um rápido relacionamento com Nicole Bahls, integrante do programa Pânico e 12 anos mais velha que ele. Na época, Cláudia chegou a comparar a panicat com as antigas chacretes, enquanto Edson entendeu os hormônios do filho. Enzo mostra desconforto com o tema e decreta: “Não foi nada, apenas uma passagem rápida. E só”.

Enzo recebeu a reportagem da J.P em seu estúdio particular de música, na casa da mãe, no Itanhangá, no Rio. Na primeira entrevista para uma revista, ele desmistifica de cara certos preconceitos: educadíssimo (“Herdei o cavalheirismo de meu pai”) e bem-humorado (“Como minha mãe”), o ariano é dedicado à música. Destino, ao que parece, inevitável. Com 2 anos, chamou a atenção de sua mãe ao imitar o barulho das gotas que caíam do ar-condicionado. “Olha, mãe: tic, tic, tic.” Aos 5, pediu um cavaquinho de Natal. Aos 6, começou a tocar bateria, instrumento que hoje divide sua preferência ao lado do violão, principal ferramenta para composição. Ele já tem de oito a dez músicas compostas, em sua maioria temas românticos e com letras em inglês. “É mais bonito melodicamente.”

Sua voz é afinada. O inglês, fluente. Se alfabetizou em uma tradicional escola bilíngue carioca. Quando volta da escola encara maratonas de aulas de teoria musical, violão, bateria e composição. Decidiu, há um ano, que essa será sua profissão. Não sabe, porém, qual rumo seguir. Tem desenvoltura para bandleader, mas gosta da ideia dos bastidores. Admira Jay-Z pelo conjunto da obra. “Ele faz seu próprio marketing, o que é muito interessante.” Só um probleminha: o rap do músico não faz muito sua cabeça. É fã de jazz contemporâneo. Fator, diz, que provavelmente o levará a estudar em alguma universidade americana. “As europeias são mais fechadas em música clássica, que também não é o que eu busco.” Entre seus ídolos estão John Mayer e Herbie Hancock.

Apesar das fotos do Instagram que exaltam seus treinos (quatro por semana com acompanhamento de personal) e o crescimento dos bíceps, tríceps etc., Enzo diz não ser vaidoso – apesar do cabelo irretocável e da dieta que privilegia folhas, grelhados e suplementos de proteína. Seus selfies são exaustivamente reproduzidos em sites de celebridades. “Ele é o rei das páginas de fofoca”, brinca a mãe.
Enzo afirma que não se deslumbra. Aprendeu cedo a filtrar quem se aproxima com segundas intenções. “Sei que a atenção da mídia e de muitos seguidores é por causa dos meus pais.”

De namorada nova, a estudante de cinema Rafaella Rique, dessa vez só quatro anos mais velha, ele conta ser romântico, “mas não meloso”. “Não gosto de mulher que faça tudo que eu quero, tem de ter personalidade.” No intelecto, livros não têm espaço. “Prefiro documentários musicais.” É, em suma, apenas mais um garoto de 16 anos descobrindo a vida. Traumas, apenas de quinas. “Tenho horror!” Com 1 ano e meio bateu em uma que abriu seu supercílio e resultou em uma falha eterna na sobrancelha. Fora isso, nem a separação dos pais o fez pensar em terapia. “Não acho que tenho problemas assim”, diz. “Meus pais prepararam tudo. Eles ainda são amigos, não teve brigas. Tenho total liberdade para estar com meu pai a hora que eu quiser.”

Ansioso por natureza, aguarda, como todo adolescente, a chegada dos 18 anos. “Conquistarei minha independência a partir daí.” Os pais acompanham atenciosos os passos do jovem. A mãe, coruja, diz estar pronta. “Vou estar com ele todo fim de semana”, brinca.
Cláudia mantém o olho aberto, sempre lembrando-o que é preciso ter seu próprio caminho. “Digo ao Enzo que ele não é nada além de um menino que pretende ser músico. Eu e o pai dele suamos muito pra chegar até aqui. Porque tem 200 mil seguidores acha que vai estar com a vida ganha?” Suando, ele já está. Famoso, ainda que por vias tortas, também. Resta saber se vai chegar lá. Talento, ele tem.

 

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