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Tony Tornado no Festival Internacional da Canção

Aos 83 anos, o ator e cantor brasileiro está de volta aos palcos com a banda Funkessencia ao lado do filho, Lincoln Tornado, e se diz pronto para qualquer desafio. À J.P, ele fala sobre seu suingue nato e a saudade dos anos 1970, apesar da ditadura. “Cada um respeitava a tribo do outro”

J.P: O que você faz para ser feliz?
TONY TORNADO: Não me preocupo com as dívidas.

J.P: Seu momento mais brilhante…
TT: Sem querer ser pretensioso, foi a vitória no 5º Festival Internacional da Canção, em 1970, quando cantei “BR-3”.

J.P: Um momento que definiu sua história…
TT: Quando saí de São Paulo e fui para o Rio de Janeiro tentar a vida. Isso foi há quase 40 anos.

J.P: Melhor parceria na televisão?
TT: Ninguém gosta dele, mas eu sim: Renato Aragão. Nos encontramos na TV Tupi, quando ele falou: “Nós estamos indo para a Globo. Não quer ir com a gente?”. Eu podia ter sido um dos Trapalhões, mas já estava bem encaminhado na carreira de ator.

J.P: Sua maior qualidade…
TT: São poucas (risos). Sou muito sincero, perdi tanta coisa por ser assim.

J.P: Seu maior defeito…
TT: Muitos. Mas, de verdade, é não gostar de gente burra.

J.P: Quem te inspira?
TT: Morto é James Brown. Vivo é Milton Gonçalves. Meu amigo, irmão, professor.

J.P: O trabalho mais memorável de sua vida?
TT: A série Agosto, de 1993. Interpretei o guarda-costas do presidente Getúlio Vargas. Me deu prazer e reconhecimento.

J.P: Um trabalho malsucedido…
TT: Fiz muita coisa ruim na TV.

J.P: Qual talento gostaria de ter tido?
TT: De ter escrito: “Ah, se eu fosse você, eu voltava para mim”, trecho da canção de Silvio Cesar. Ainda não fiz tudo que gostaria. Sempre penso que posso fazer muito mais.

J.P: O que é preciso para ter o seu suingue?
TT: Nascer com ele. É nato.

J.P: Uma falta que sente da década de 1970?
TT: Apesar da truculência da ditadura, cada um respeitava a tribo do outro.

J.P: Melhor alucinógeno…
TT: Coca-Cola! Tenho 83 anos e nunca bebi. Não fumo. Sou um babaca.

J.P: Melhor parceria na pista de dança…
TT: Arlete Salles. Dançamos muito nos sete anos que ficamos juntos. Ainda a admiro muito.

J.P: Melhor conselho que já deu…
TT: A disputa é válida, o que não pode é confundir e passar para trás.

J.P: Um vício?
TT: Nossa senhora… é a televisão. Não sei quantas eu tenho em casa. Tem em tudo quanto é canto. Assisto a musicais, futebol e filmes em uma TV de 70 polegadas da sala.

J.P: Maior pesadelo…
TT: O Santos perder para o Barcelona de 8 a 0 no Mundial. Fiquei duas semanas mal.

J.P: Para aonde você vai quando quer estar sozinho?
TT: Para a vista chinesa, no Rio. Subo no palanque e fico lá, olhando para toda a zona sul.

J.P: Se manifestar é…
TT: Acreditar em algo. É ter convicção na minha arte. Eu sou um manifestante.

J.P: O pior preconceito é…
TT: O da classe social. Não acredito na classe étnica. O Brasil não é racista. Onde um negro pobre não entra, não entra um branco pobre. No Brasil, tem de ter grana. É o pior do país.

J.P: E o melhor do Brasil?
TT: A alegria do povo. Não existe um lugar assim. E se não fosse isso, o país já tinha acabado.

 

Tony com Renato Aragão: “Eu podia ter sido um dos Trapalhões”

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