Faz 25 anos exatamente nesse domingo que o primeiro episódio de “Friends” ia ao ar nos Estados Unidos pela rede de televisão “NBC”, na época a líder de audiência no país graças a megahits como o então recém-lançado “ER” (“Plantão Médico” no Brasil) e “Seinfeld”. Intitulado simplesmente “The One Where It All Began” (“Aquele no Qual Tudo Começou”, em tradução livre), o capítulo de lançamento da sitcom sobre seis amigos que moram em Nova York foi assistido por 21,5 milhões de telespectadores nos EUA, um número que já dava indícios da febre que a atração viria a se tornar em bem pouco tempo.
Dito e feito, e o último episódio daquela temporada inicial de “Friends” com 24 também foi o mais assistido de todos, atraindo 31,3 milhões de telespectadores e garantindo a renovação do programa para mais uma antes mesmo que os créditos finais começassem a ser exibidos. Frise-se que qualquer série da TV aberta americana que hoje em dia conquistar um terço desse público pode ser considerada um sucesso absoluto, só para colocar as coisas em perspectiva nesses tempos de ofertas mil via streaming.
Um dos maiores sucessos da televisão americana nos anos 1990 e também até meados da década seguinte, “Friends” é um daqueles casos de séries que mexeram com a cultura pop, lançaram carreiras e cuja data de validade nunca expira. E isso tudo fica evidente diante dos números e cifras por trás da comédia de situação que eternizou Rachel Green, Phoebe Buffay, Monica Geller, Ross Geller, Joey Tribbiani e Chandler Bing como os personagens favoritos de várias gerações que cresceram na frente da telinha ao longo dessas duas décadas e meia.
A seguir, Glamurama apresenta alguns desses dados que mostram o tamanho da magnitude de “Friends”. Continua lendo… (Por Anderson Antunes)
Nenhum dos seis atores principais de “Friends” – são eles Jennifer Aniston, Lisa Kudrow, Courteney Cox, David Schwimmer, Matt LeBlanc e Matthew Perry – era muito conhecido quando a série estreou, razão pela qual cada um deles assinou um contrato para embolsar apenas US$ 22,5 mil (R$ 93,5 mil) por cada um dos 24 episódios da primeira temporada. A partir da segunda temporada, o sexteto negociou seus salários individualmente com a “NBC”, e passou a receber entre US$ 25 mil (R$ 103,8 mil) e US$ 40 mil (R$ 166,2 mil) por episódio, soma que foi aumentando até chegar aos US$ 100 mil (R$ 415,4 mil) por episódio da quinta temporada. Da sexta temporada em diante, no entanto, eles se uniram e avisaram os chefões da rede que queriam todos embolsar o mesmo valor, já que faziam o mesmo trabalho, e inclusive avisaram quanto tinham em mente: US$ 1 milhão (R$ 4,15 milhões) por episódio. O aumento foi concedido no ato, claro.
Ao todo, “Friends” teve 10 temporadas e 236 episódios. E além de seus protagonistas, o ator que mais apareceu em cena foi James Michael Tyler, o Gunther, aquele que era apaixonado por Rachel Green. Intérprete de um garçom pouco sociável que dá expediente no icônico Central Perk Cafe, Michal Tyler pode ser visto em nada menos que 144 episódios da série.
Um recorde curioso que “Friends” detém é o de sitcom que mais contou com participações especiais de dublares da versão em inglês de “Os Simpsons”. Hank Azaria, Dan Castellaneta e Harry Shearer – que, respectivamente, emprestam as vozes para os personagens do desenho da “Fox” Apu Nahasapeemapetilon, Homer Simpson e Montgomery Burns – apareceram, ao total, em mais de 10 episódios da série.
Joey, o personagem de Matt LeBlanc, é um típico descendente de italianos criado em NY, e que como qualquer outro tem uma família enorme. Em um episódio da série dedicado a ele, foi revelado que o bonitão tem nada menos que 7 irmãs: são elas Veronica, Mary Angela, Mary Theresa, Ginda, Dina, Tina e Cookie.
Logo depois de ter se tornado um hit, “Friends” virou uma das séries do horário nobre da TV americana que mais esbanjavam participações de celebridades de primeira grandeza. Só de atrizes e atores vencedores do Oscar, o prêmio máximo do cinema, foram 8 – Charlton Heston, Sean Penn, Susan Sarandon, Helen Hunt, Julia Roberts, Reese Witherspoon, Robin Williams, George Clooney e Jim Rash.
O último episódio de “Friends”, que foi ao ar em 6 de maio de 2004, foi precedido por uma cobertura feita pela mídia digna do tamanho do fenômeno que a série havia se tornado, e atraiu 51,1 milhões de telespectadores. Mas esse não foi o episódio mais assistido da atração, já que esse título pertence a um exibido anos antes, em 28 de janeiro de 1996, e logo depois do “Super Bowl” daquele ano. Nesse caso, foram 52,9 milhões de telespectadores só nos EUA.
Como qualquer programa que faz sucesso entre o público e a crítica, “Friends” também recebeu várias indicações ao Emmy, o Oscar da TV americana. Foram exatamente 63 ao longo de seus 10 anos no ar, com seis vitórias: Melhor Atriz Convidada em Série de Comédia para Christina Applegate, em 2003, Melhor Série de Comédia para os criadores Marta Kauffman e David Crane, em 2002, Melhor Atriz de Comédia para Jennifer Aniston, em 2002, Melhor Ator Convidado em Série de Comédia para Bruce Willis, em 2000, Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Comédia para Lisa Kudrow, em 1998, e Melhor Direção em Série de Comédia para Michael Lembeck, em 1996.
Outro grande feito de “Friends” foi ter se tornado uma das sérias extintas que mais rendem dinheiro com “syndication”, sistema de reprises altamente lucrativo que praticamente só existe nos EUA e permite a negociação direta entre produtores com canais de televisão locais. Anualmente, a venda dos direitos de exibição dos episódios da sitcom para essas estações movimenta mais de US$ 1 bilhão (R$ 4,15 bilhões). Trata-se do segundo programa de ficção mais lucrativo nesse sentido depois de “Seinfeld”, que rende cerca de US$ 1,3 bilhão (R$ 5,4 bilhões) por ano da mesma forma.
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