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Patricia Geyer e seu universo de trabalho
Patricia Geyer e seu universo de trabalho || Créditos: Juliana Rezende
Patricia Geyer e seu universo de trabalho || Créditos: Juliana Rezende
Patricia Geyer e seu universo de trabalho || Créditos: Juliana Rezende

Patricia Geyer abriu a casa dela, no alto do Humaitá, no Rio, para um bate papo sobre… Carreira. Bem nascida [e filha de uma das maiores festeiras da cidade, Maria Geyer, da turma de Gloria Maria], ela está à frente de uma marca de roupas femininas que leva seu nome e veste as glamurettes mais bacanas da cidade. Mas tudo começou por acaso. Vem saber! (por Michelle Licory)

“Esgotou tudo no mesmo dia”

“Não tinha interesse em ser estilista, ter marca. Estudava Design de Moda na PUC e fiz uma amiga lá, a Bebel Pimentel, da Dona Coisa [multimarcas carioca, no Jardim Botânico]. Ela gostou do meu projeto para a faculdade, perguntou se eu não ia fazer nada com aquelas peças e se eu não queria vender na Dona Coisa. Aceitei e esgotou tudo no mesmo dia. Fui fazendo mais e mais. Aí vi que precisava formalizar isso, ter uma marca. Comecei trabalhando de casa, com uma assistente. Foi crescendo sem eu programar”.

“Se você desaparece, as pessoas esquecem de você”

“Desde a escola, sempre pensei em trabalhar com isso. Eu com 10, 12 anos já comprava tecido, fazia roupa, tinha uma costureira que ia em casa. Na faculdade, não ficava desenhando croqui o tempo inteiro, tinha muita aula de arte contemporânea, história do design. Depois pensei em fazer cursos fora, mas, se você desaparece, as pessoas esquecem de você. Não consegui ir”.

“Por ter sido do dia pra noite…”

“Na verdade, eu queria trabalhar com produção de moda, mas aconteceu diferente e hoje não me imagino fazendo outra coisa. Tudo foi por acaso. Estagiei com a Patricia Viera, como assistente dela. Eu gostava, mas não era bem aquilo que eu queria. Aí fui estagiar em uma revista de moda famosa, que encerrou as atividades no Rio. Eu poderia ter continuado lá como ‘freela’, mas seria algo muito informal, aí comecei a fazer editoriais para um blog. No meio desse processo, há 5 anos, veio o convite pra Dona Coisa. Lá, eu atingia um público mais velho, e achei que a marca estava sem segmento, sem identidade, por ter sido do dia pra noite. Comecei a procurar outros meios de venda. Resolvi abrir uma loja pop up, no Palm Beach, no Leblon. Foi uma vitrine para captar clientes mais jovens, divulgar a marca, promover uma identificação”.

“Abrimos bastante o leque”

“Agora estamos investindo mais no atacado, e vendemos na Valen [multimarcas no Leblon] e online. Para expandir esse novo público que conseguimos conquistar… A Dona Cosia é mais sóbria, séria. A minha marca hoje é muito focada na estampa, desenvolvida por uma artista plástica, feita com pastel seco, lápis de cor – só depois vai para o computador. No processo criativo, é o que mais demanda tempo. A produção da peça vai bem mais rápido. Não é uma estampa pequenininha, que marque. Antes era só seda, algo mais sofisticado. Hoje continuamos sem usar nada sintético, mas abrimos bastante o leque nos tecidos”.

“Existe um vício”

Existe um vício das minhas clientes de querer que eu vá, experimente a peça nela, um atendimento personalizado. Elas são carentes: independente da idade, precisam de opinião. Levavam o sapato pra eu montar o look. E pra mim, isso funciona por instinto. Aí virou uma bola de neve: sempre querem que eu esteja. Quando eu trabalhei na Patricia Viera, as pessoas pediam isso pra ela também. Complica. Mas tem um pouco de culpa minha. Amo fazer produções. Minha mãe e minha irmã [Cecilia Geyer, que trabalha com Francesca Romana Diana] não saem de casa sem passar por mim e pedir minha opinião. Adoro fazer lookbooks. Não sei dirigir foto, saber que pose fica melhor para a modelo, mas amo montar as produções”.

* Vem saber mais sobre Patricia Geyer e sua marca: os esforços para passar credibilidade sendo tão nova, a influência do avô em sua vida, uma fobia muito séria que superou… Está tudo aqui embaixo, na nossa galeria de fotos!

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