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MENSAGEM DA CHINA

A jornalista chinesa Xinran Xue, que esteve no Brasil na Flip de 2009, acaba de lançar por aqui “Mensagem de uma Mãe Chinesa Desconhecida” (Companhia das Letras), em que fala sobre a lei chinesa de planejamento família.

* Mais uma vez, a autora mostra que, apesar da globalização e de toda a abertura econômica e política que ocorreu na China, o Ocidente ainda está muito longe de conhecer – e principalmente entender – as práticas da cultura chinesa. Quanto ao planejamento familiar, por exemplo, a política do filho único é, segundo Xinran, apenas a parte mais difundida. Nos rincões pobres da China rural é comum o infanticídio de bebês do sexo feminino, ou casos em que as mães dão suas filhinhas para adoção.

* Para dar voz às chinesas que são vítimas dessa interação de uma milenar cultura machista com circunstâncias históricas, econômicas e sociais específicas, a autora apresenta dez histórias, cada uma em um capítulo, de meninas que nunca conheceram suas mães biológicas e mulheres que deram a filha em adoção a casais de camponeses que vivem sem endereço fixo, viajando pelos quatro cantos da China para burlar a fiscalização da lei do filho único – e eventualmente abandonando uma menina numa estação de trem.

* Xinran foi, inclusive, testemunha de uma dessas histórias, quando, em Yimeng, numa das áreas mais pobres da China, uma parteira afogou uma menina recém-nascida num balde de água suja.

* O livro ainda traz dados estatísticos alarmantes: uma família chinesa, por exemplo, gasta de 1,3 mil a 6,5 mil dólares para adotar um menino, mas apenas de 25 a 39 dólares por uma menina, por exemplo.

* “Mensagem de uma Mãe Chinesa Desconhecida” vem confirmar Xinran, hoje radicada em Londres, como uma das principais vozes a traduzir a complexa realidade chinesa para o Ocidente. Na época da Flip 2009, ela lançou aqui o livro “Testemunhas da China”, com depoimentos de chineses que viveram a Revolução Cultural de Mao Tse-tung. E ainda é autora de “As Boas Mulheres da China”, no qual trata da condição feminina na China moderna.

Xinran conta dez histórias marcadas pela interrupção da relação mãe-filha na China

OS MAIS VENDIDOS NA VILA 12 a 19/2

Ficção

1. “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, Edney Silvestre (Record)

2. “O Tempo Entre Costuras”, Maria Duenas (Planeta do Brasil)

3. “Solar”, Ian McEwan (Cia. das Letras)

4. “Queda de Gigantes”, Ken Follett (Sextante/GMT)

5. “O Terceiro Reich”, Roberto Bolaño (Companhia das Letras)

6. “Meio Intelectual, Meio de Esquerda”. Antonio Prata (Editora 34)

7. “A Trégua”, Mario Benedetti (Alfaguara)

8. “2666”, Roberto Bolaño (Companhia das Letras)

9. “Memória de Minhas Putas Tristes”, Gabriel Garcia Márquez (Record)

10. “Fora de Mim”, Martha Medeiros (Objetiva)

Não-ficção

1. “Só Garotos”, Patti Smith (Cia das Letras)

2. “1822”, Laurentino Gomes (Nova Fronteira)

3. “Vida – Autobiografia de Keith Richards”, Keith Richards (Globo)

4. “50 anos a Mil”, Lobão e Claudio Tognolli (Nova Fronteira)

5. “Vaudeville – Memórias”, Ricardo Amaral (Leya)

6. “Ágape”, Padre Marcelo M. Rossi (Globo)

7. “Agassi – Autobiografia” André Agassi (Globo)

8. “Os Anos Sombrios – Paris na Década de 1930”, William Wiser (José Olympio)

9. “Churchill”, Paul Johnson (Nova Fronteira)

10. “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, Leandro Narloch (Leya)

Por Anna Lee

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