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ACHADOS

Foi na antevéspera do Natal de 2006, “por volta da meia-noite e após três dias nada tristes” de conversas ininterruptas com Aurora Bernárdez, a viúva do escritor argentino Julio Cortázar, que o editor Carles Álvarez Garriga se deparou pela primeira vez com o material que deu origem ao livro “Papéis Inesperados”, cuja tradução para o português chega às livrarias brasileiras no final da semana que vem, pela Civilização Brasileira. A versão em espanhol foi lançada no ano passado por ocasião do aniversário de vinte e cinco anos da morte de Cortázar (1914 -1984).

Os dois estavam na residência de Aurora, no 15ème arrondissement de Paris, quando ela contou que “tinha alguma coisa, uns papeizinhos nos quais” Garriga talvez se interessasse em dar uma olhada. “(…) ela foi até uma cômoda, abriu com esforço uma gaveta que resistia de tão barriguda, tirou um punhado de folhas de vários tamanhos e cores e disse: ‘Você já leu isto alguma vez? E… isto? E isto outro? ’ Trouxe para a grande mesa de madeira onde foi escrito ‘O Jogo da Amarelinha’  um monte de manuscritos e folhas datilografadas, inéditos em livro, provavelmente inéditos absolutos, sem dúvida inéditos absolutos. (…) De madrugada o chão estava todo empapelado de textos nunca publicados em livro”, escreveu o editor no prólogo de “Papéis Inesperados”.

Entre os textos que Aurora e Garriga escolheram para compor a obra há contos desconhecidos e outras versões de relatos publicados, histórias inéditas de cronópios e de famas (em referência ao livro “Histórias de Cronópios e de Famas” ), novos episódios de Lucas (em referência ao livro “Um Tal Lucas”), um capítulo retirado de “O Livro de Manuel”, discursos, prólogos, artigos sobre arte e literatura, crônicas de viagem, perfis de personalidades, notas políticas, autoentrevistas e poemas.

E mesmo que esses papéis não sejam tão inesperados assim, afinal, era de imaginar que um escritor profícuo como Cortázar tivesse guardado inúmeros escritos não publicados, é muito saber que de fato eles existem e que, agora, estão acessíveis.

Papéis guardados numa gaveta “barriguda” compõem novo livro de Cortázar

OS MAIS VENDIDOS NA VILA 04 a 11/06

Ficção

1. “A Humilhação”, Philip Roth (Cia. das Letras)

2. “2666”, Roberto Bolaño (Cia. das Letras)

3. “A Elegância do Ouriço”, Muriel Barbery (Cia. das Letras)

4. “O Homem Mais Procurado”, John Le Carre (Record)

5. “Invisível”, Paul Auster (Cia. das Letras)

6. “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, Stieg Larsson (Cia. das Letras)

7. “Clarice na Cabeceira” (Rocco)

8. “Trem Noturno para Lisboa”, Pascal Mercier (Record)

9. “Juliet, Nua e Crua”, Nick Hornby (Rocco)

10. “O Velho e o Mar”, Ernest Hemingwat (Bertrand Brasil)

Não-ficção

1. “Paulo Francis – Polemista Profissional”, Paulo Eduardo Nogueira (Imprensa Oficial)

2. “Um Certo Verão na Sicília”, Marlena de Blasi (Objetiva)

3. “Atlas Mundial do Vinho”, Jancis Robinson & Hugh Johnson (Nova Fronteira)

4. “Caixas de Receitas – Massas” (H F Ullmann)

5. “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, Leonardo Narloch (Leya)

6. “Taschen’s New York”, Angelika Taschen (Taschen)

 7. “Mil Dias em Veneza”, Marlena de Blasi (Sextante)

8. “The Beatles – A História por Trás de Todas as Canções”, Steve Turner (Cosac Naify)

9. “Múltipla Escolha”, Lya Luft (Record)

10. “Efeito Sombra”, Marianne Williamson & Debbie Ford & Deepak Chopra (Lua de Papel)

Por Anna Lee

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