GODARD: O IMPOSSÍVEL
“Godard”, a biografia do cineasta francês Jean-Luc Godard, recém-publicada na França, foi escrita pelo historiador e crítico de cinema Antoine de Baecque e está sendo anunciada como a primeira biografia em francês do “impossible M. Godard”.
Mas é muito mais do que isto. É um mergulho profundo na vida e obra do “cineasta cult de “Acossado” (“À Bout de Souffle”) e “O Demônio das Onze Horas” (“Pierrot le Fou”), expoente da Nouvelle Vague, agitador político de esquerda dos anos 1960, publicitário de si mesmo, apaixonado ‘pintor’ de mulheres, provocador misantropo, isto com direito a um texto ótimo e a uma pesquisa primorosa.
As quase mil páginas do livro de Baecque, que foi editor-chefe da revista “Cahiers du Cinéma” e editor de Cultura do jornal “Libération”, são um convite permanente à leitura. Leitura daquelas que não se tem vontade de parar, mas, ao mesmo tempo, não se quer chegar ao fim. Bem, é claro que a trajetória cinematográfica e pessoal de “M. Godard” contribui muito para isso.
E o que ele, o biografado, achou do livro de Baecque, diga-se, não autorizado? Até agora, nada. Godard, que faz 80 anos em dezembro, está mais preocupado com o lançamento de seu novo filme, “Socialisme”, no mês de maio, em Cannes.
De todo jeito, o fato é que, ele gostando ou não, permanecendo em silêncio ou injuriando o autor, “Godard” é uma leitura obrigatória para os cinéfilos, e para os profissionais da área nem se fala.
Agora, é torcer para chegar logo ao Brasil uma tradução em português.
Por Anna Lee
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