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VERSOS

O escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) sempre foi mais conhecido, universalmente, por sua obra em prosa, sobretudo a de ficção, do que por sua obra poética, que pela primeira vez está sendo toda reunida numa coleção pela Penguin Classics, cujo primeiro volume, “The Sonnets”, acaba de sair nos Estados Unidos.

A coleção é editada por Suzanne Jill Levine, especialista em estudos sobre literatura latino-americana, e cada poema vem impresso primeiro em espanhol e na página seguinte em inglês, sendo que muitos deles foram traduzidos também pela primeira vez.

Estes poemas refletem o escritor em plena maturidade. A partir da década de 1950, afetado pela progresiva cegueira, ele passou a se dedicar a poesia, escrevendo, por exemplo, “A Cifra” (1981), “Atlas” e “Os Conjurados” (1985), sua última obra. A produção de Borges nesse último período dialoga com seus paradigmas filosóficos e literários, como Cervantes, Milton, Whitman, Emerson, Joyce, Spinoza, além de trazer muitos dos temas de sua ficção. O tema da impossibilidade de decifrar o universo inesgotável das palavras que está no conto “A Biblioteca de Babel” aparece, por exemplo, em “Composição Escrita num Exemplar da Gesta de Beowulf”.

“The Sonnets” pode ser encontrado no site da Amazon.

A poesia de Borges em uma coleção

“A BIBLIOTECA DE BABEL” …

… é um conto de Borges que está no livro “Ficciones”, de 1944, lançado no Brasil pela Companhia das Letras em 2007 e intitulado “Ficções”. Esse conto equipara o universo a uma biblioteca eterna, infinita, secreta e inútil. O narrador, um dos muitos bibliotecários, supõe que os volumes da biblioteca contêm todas as possibilidades da realidade. Alguns não fazem o menor sentido, ou o fazem numa língua desconhecida. Outros são meras repetições de uma mesma palavra. Então passa-se a procurar alguém que saiba decifrar as mensagens contidas nos misteriosos livros, que seria o correspondente a um deus.

“Ficções” reúne os contos publicados por Borges em 1941 sob o título de “O Jardim de Veredas que se Bifurcam” (com exceção de “A Aproximação a Almotásim”, incorporado a outra obra) e outras dez narrativas com o subtítulo de “Artifícios”. Nesses textos, o leitor se defronta com um narrador inquisitivo que expõe, de forma paradoxal, suas conjeturas e perplexidades sobre o universo. E, entre eles, estão alguns dos contos mais conhecidos de Borges. Além de “A Biblioteca de Babel”, aparece “Funes, o Memorioso”, cujo protagonista tinha mais lembranças do que terão tido todos os homens desde que o mundo é mundo; “Pierre Menard, Autor do Quixote”, “cuja admirável ambição era produzir páginas que coincidissem palavra por palavra e linha por linha com as de Miguel de Cervantes”; e “As Ruínas Circulares”, em que o protagonista dedica sua vida “a sonhar um homem: queria sonhá-lo com integridade minuciosa e impô-lo à realidade” e, no final, “com alívio, com humilhação, com terror, compreendeu que ele também era uma aparência, que outro o estava sonhando”.Borges: conjeturas e perplexidades sobre o universo

OS MAIS VENDIDOS NA VILA 26/03 a 02/04

Ficção

1. “A Elegância do Ouriço”, Muriel Barbery (Cia. das Letras)

2. “A Cabana”, William P. Young (Sextante)

3. “O Mundo Pós – Aniversário”, Lionel Shriver (Intrínseca)

4. “Uma Esposa Confiável”, Robert Goolrick (Alfaguara)

5. “O Vendedor de Armas”, Hugh Laurie (Planeta)

6. “Os Homens que não Amavam as Mulheres”, Stieg Larsson (Cia. das Letras)

7. “Trem Noturno para Lisboa”, Martin Amis (Cia. das Letras)

8. “Khadji Murat” – Coleção Russinhos, Liev Tolstoi (Cosacnaify)

9. “Eclipse”, Stephenie Meyer (Intrínseca)

10. “Amanhecer”, Stephenie Meyer (Intrínseca)

Não-ficção

1. “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, Leonardo Narloch (Leya)

2. “As Melhores Viagens do Mundo”, Graig Doyle (Publifolha)

3. “Criação Imperfeita – Cosmo, Vida e Código Oculto”, Marcelo Gleiser (Record)

4. “Sigmund Freud – (1911 – 1913)” – Vol. 10, (Cia. das Letras)

5. “Sigmund Freud – (1914 – 1916)” – Vol. 12, (Cia. das Letras)

6. “Sigmund Freud – (1917 – 1920)” – Vol. 14 (Cia. Das Letras)

7. “Um Certo Verão na Sicília”, Marlena de Blasi (Objetiva)

8. “A Viúva Clicquot”, Tilar J. Mazzeo (Rocco)

9. “The Beatles – A História por Trás de Todas as Canções”, Steve Turner (Cosac Naify)

10. “Chico Xavier – A História do Filme de Daniel Filho”, Marcel Souto Maior (Leya)

Por Anna Lee

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