DEUS, SEGUNDO SARAMAGO
“Deus não é confiável. Que diabo de Deus é esse que, para enaltecer Abel, despreza Caim?”. Foi este o comentário que o escritor português e prêmio Nobel de literatura José Saramago fez sobre o seu novo livro “Caim”, em entrevista divulgada na sexta-feira, 28, pela agência espanhola de notícias EFE. A obra tem previsão de lançamento outubro, tanto em Portugal como no Brasil (pela Cia. das Letras), mas, antes será apresentada na Feira Internacional do Livro de Frankfurt, de 14 a 18 do mesmo mês. Apesar de o livro ter como ponto de partida a narrativa bíblica de Caim e Abel, o escritor não fez um ensaio e muito menos um tratado de teologia, fez apenas uma obra de ficção, informa a mulher de Saramago, Pilar Del Rio, no blogue do autor.
* No romance, Saramago atribui a Deus a autoria moral da morte de Abel por seu irmão Caim, e promove a consequente redenção deste último. Ateu declarado, o escritor costuma se utilizar em sua obra de referências bíblicas ou de críticas à religião católica e à Igreja.
* No entanto, nesse novo livro, Saramago aborda o tema recorrendo a um tom mais irônico, ao contrário do que ocorre, por exemplo, na obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”(1991), por conta da qual foi impedido pelo governo português de concorrer ao prémio Europeu de Literatura. Esse veto culminou com a saída do escritor de Portugal e sua mudança para a ilha espanhola de Lanzarote, onde ainda mantém residência.
LARGADA
Os ingressos para a XIV Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, de 10 a 20 de setembro no Riocentro, começaram a ser vendidos nesta segunda-feira, 31. Mais informações no site.