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JABUTI 51

* O Prêmio Jabuti, cujos dez primeiros colocados de cada uma das vinte categorias da 51ª edição foram anunciados pela Câmara Brasileira do Livro nessa quinta-feira, 20, está longe de ser a premiação da literatura brasileira que melhor paga, mas é sem dúvida a mais tradicional do mercado brasileiro. Por isso, pode-se dizer que ser contemplado com um Jabuti é um sonho acalentado praticamente por todos os escritores e editoras do país.

* O primeiro lugar em cada categoria recebe, além do troféu, um valor bruto de R$ 3 mil, e os livros do ano de ficção e de não-ficção, o valor bruto de R$ 30 mil, cada um; enquanto, o Prêmio São Paulo de Literatura, por exemplo, premia com R$ 200 mil o vencedor em cada uma das suas duas categorias.

*Um diferencial interessante do Prêmio Jabuti é sua abrangência: entre suas categorias estão não apenas as que se referem a gêneros literários como Romance, Contos e Crônicas, Poesia, Reportagem, Biografia etc., mas outras ligadas ao processo de criação e produção de livros como ilustração, capa, projeto gráfico, entre outros. Neste ano, por conta do ano da França no Brasil haverá também a categoria “Tradução de Obra Literária Francês-Português”, que receberá o prêmio no valor bruto de R$ 6 mil.

* A apuração da segunda fase, na qual são conhecidos os três vencedores de cada categoria, está prevista para 29 de setembro, e a cerimônia de premiação deverá acontecer em 4 de novembro, na Sala São Paulo, quando serão conhecidos os vencedores das categorias Livro do Ano Ficção e Livro do Ano Não-Ficção. Abaixo estão alguns livros concorrentes, sendo que foram privilegiados aqueles que ainda não foram citados pela coluna. Para ver a lista completa dos indicados acesse o site da CBL

Cordilheira”, de Daniel Galera (Schwarcz), concorre na categoria Romance com a história de uma escritora que acaba de sair de um relacionamento amoroso e ainda está sob impacto do suicídio de uma amiga. Por isso, ela resolve aproveitar o lançamento da tradução argentina de seu livro para passar uma temporada em Buenos Aires. Lá, se envolve com um misterioso fã e passa a conviver com seus amigos de hábitos bizarros.

* O livro é narrado na primeira pessoa e essa é a primeira protagonista mulher de Galera, que em seus outros dois romances – “Até o Dia em que o Cão Morreu” e “Mãos de Cavalo” – aborda o universo masculino. “Cordilheira” é o primeiro título da coleção “Amores Expressos”, em que a editora Cia. das Letras convidou autores brasileiros para escrevem histórias de amor ambientadas em diversas cidades do mundo.

"Cordilheira" de Daniel Galera

* “O Livro Amarelo do Terminal” (Cosac Naify), é a estreia editorial de Vanessa Barbara e está entre os concorrentes da categoria Reportagem. A rodoviária do Tietê, em São Paulo, é o tema escolhido pela autora que retira do cotidiano tumultuado desse terminal seus personagens: vendedores, crianças, velhinhas, surfistas, produzindo um discurso polifônico.

"O Livro Amarelo do Terminal" de Vanessa Barbara

José Olympio: o Editor e Sua Casa” (Sextante), organizado por José Mario Pereira, é um dos dez escolhidos na categoria Biografia.

* O livro, além de documentar a trajetória da editora, que foi fundada em 1931 e publicou nomes fundamentais da literatura brasileira do século XX como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Rubem Braga, Fernando Sabino, Antonio Callado, Otto Lara Resende, Ariano Suassuna, Manuel Bandeira, Clarice Lispector, entre outros, traça um painel de expoentes das artes plásticas brasileiras no mesmo período. No livro, estão reproduzidas 530 capas, quartas capas e folhas de rosto criadas por nomes como Tomás Santa Rosa, Portinari, Cícero Dias, Oswaldo Goeldi, Luís Jardim e Poty Lazzarotto. Pode-se dizer que o trabalho de Pereira, que reuniu fotografias, dedicatórias, cartas e outros documentos, é não só uma biografia, mas um dossiê da cultura do país.

O Fazedor de Velhos” (Cosac Naify), de Rodrigo Lacerda, está indicado na categoria Juvenil. O autor trata neste livro da passagem de Pedro para a vida adulta e de suas dúvidas sobre os caminhos que deve tomar. O adolescente pensa em desistir da faculdade de História até que conhece Nabuco, um professor que o ajuda na árdua tarefa de se colocar no mundo.

"Fazedor de Velhos" de Rodrigo Lacerda

Por Anna Lee

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