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EUA X FRANÇA

Na contramão dos muitos eventos em homenagem ao ano da França no Brasil que estão sendo realizados no país durante este ano, a XIV Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que acontece entre os dias 10 e 20 de setembro, terá como tema os Estados Unidos. A curadoria do Café Literário, que levará autores brasileiros e estrangeiros para conversar com o público, será de Ítalo Moricone, crítico literário, escritor e professor da UERJ.

* Ainda durante a Bienal acontecerá a exposição em homenagem a José Olympio, um dos principais editores do século passado, responsável pela publicação das obras de nomes como Gilberto Freyre, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos e Jorge Amado. O projeto museográfico é de Victor Burton.

EUA X REINO UNIDO

Se o tema da Bienal é os EUA, por enquanto, são o britânico Bernard Cornwell e o irlandês Joseph O’Neill os escritores estrangeiros confirmados no evento, sendo que os dois vivem atualmente nesse país norte-americano. Bernard Cornwell, especialista em romance histórico, vem ao Brasil para lançar seu livro “Azincourt” (Record), que é uma nova versão da batalha de Azincourt, imortalizada por Shakespeare em “Henrique V”. Esse lendário combate entre França e Inglaterra, acontecido em 25 de outubro de 1415, é narrado pelo arqueiro inglês Nicholas Hook, Nick, que se alista na companhia de arqueiros de Sir John Cornwaille, um dos líderes do exército de Henrique V.

* De um lado, estavam os remanescentes maltrapilhos de um exército inglês que invadira a Normandia dez semanas antes e, num golpe severo para o orgulho francês, capturara a cidade-porto de Harfleur. Porém, o cerco cobrara seu preço e dos doze mil guerreiros que haviam embarcado na expedição, somente a metade estava agora reunida no campo de Azincourt. Desses, apenas novecentos eram soldados armados, os homens de ferro da época e considerados universalmente a elite do mundo militar. Os demais carregavam longos arcos de madeira, uma arma praticamente exclusiva de sua ilha. Do outro lado, estava o exército francês – que superava o inglês em número na proporção de pelo menos quatro contra um – repousado, bem nutrido, bem armado e lutando em seu próprio território. Ainda assim, algumas horas depois, desafiando toda a lógica, os ingleses saíram vitoriosos dos campos de Azincourt. Além de descrever essa batalha, Cornwell traça em “Azincourt” um painel da época, onde aparecem um rei louco, duques assassinos, bispos manipuladores, heróicos cavaleiros, cirurgiões, arautos, espiões e piratas.

Bernard Cornwell e o "Azincourt”

ELEITO

O romance do irlandês Joseph O’Neill “Terras Baixas” (Alfaguara) foi escolhido pelo suplemento literário do jornal “The New York Times” como o melhor livro do ano, em 2008, recebeu neste ano o Pen/Faulkner Award de melhor livro de ficção, sem contar os muitos elogios da crítica literária norte-americana. Mas o que tem realmente contribuído para seu enorme sucesso de vendas é o fato de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tê-lo citado publicamente. O’Neill nasceu na Irlanda, em 1964, cresceu em Moçambique, África do Sul, Irã, Turquia e Holanda, e hoje mora em Nova York. E é justamente essa diversidade de culturas experimentada em sua vida pessoal que ele retrata em “Terras Baixas”. No início de 2006, Chuck Ramkissoon é encontrado morto nas profundezas de um canal em Nova York. Em Londres, o jovem executivo holandês Hans van den Broek sabe da notícia e passa a rememorar sua improvável amizade com esse homem enigmático, nascido em Trinidad, e que tentava ganhar a vida em Nova York das mais diferentes formas. Essa amizade surgira num momento difícil da vida de Hans. Sua mulher Rachel o havia deixado logo após o 11 de setembro, levando com ela o filho pequeno, e ele acabou encontrando conforto de uma forma inusitada: passou a frequentar um pequeno clube de críquete — esporte que praticara quando criança — formado apenas por estrangeiros da Ásia e das Antilhas que, como ele, tentavam sobreviver nessa terra desconhecida e por vezes hostil.

Por Anna Lee

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