Quando Claudia Raia se envolve em um projeto é para arrasar. Mas no papel em “Cantando na Chuva” – musical que estreou em São Paulo no fim de semana com produção assinada pela atriz -, Claudia assumiu papel secundário: o de uma diva do cinema dos anos 1920 vivido no cinema por Jean Hagen que, com voz estridente, sofre com a mudança do cinema mudo para o falado. É que desta vez os holofotes estão mesmo sobre Jarbas Homem de Mello.
Glamurama – A peça “Fala Sério, Gente” fala sobre adolescência. Qual sua relação com Enzo e Sophia [filhos de Claudia e Edson Celulari], mais como padrasto ou mais como amigo?
Jarbas – Tenho uma relação muito boa com os dois. E eu os admiro muito. Eles são especiais, muito do bem. Acredito que sou mais um amigo mesmo. Mas é estranho fazer essa diferença de padrasto e amigo (risos), como se só pudesse ser uma coisa só. Temos uma convivência muito boa.
Glamurama – Que tipo de adolescente foi você? Rebelde ou do tipo estudioso e quietinho?
Jarbas – Fui um adolescente tranquilo, mas meus pais é que poderiam responder a essa questão. Não fiz o estilo adolescente rebelde, não. Comecei a trabalhar cedo, depois fui para a dança e o teatro. Não estou dizendo que fui santo, não é assim. Fui um adolescente sem muitos dilemas (risos).
Glamurama – Vocês trabalham com atores muito jovens. Eles pedem conselhos?
Jarbas – Tem sido muito legal esse trabalho com o elenco do “Fala Sério, Gente!”. Trocamos bastante. Eles escutam um pouco do que aprendi durante a minha carreira e vou aprendendo também com os questionamentos e com a criatividade de cada um. É uma turma nova e bastante talentosa. Fico feliz de ver uma galera tão nova e preparada como eles no mercado. Vejo que essa geração está mais preparada do que a minha na idade deles. O que eu quis, como diretor, foi aproveitar o texto da Thalita Rebouças e fazer com que eles colocassem no palco essas experiências que todos nós passamos um dia, seja o primeiro amor e a primeira desilusão. E eles foram incríveis nesse processo.
Glamurama – Hollywood está em chamas com o escândalo envolvendo o diretor Harvey Weinstein. Você já foi vítima de “conduta imprópria” no ambiente de trabalho ou até de abusos sexuais?*
Jarbas – Não lembro de passar por uma situação como essa. E acho lamentável alguém usar o seu poder para assediar ou colocar alguém numa posição desconfortável.
Glamurama – Já viu isso acontecer?
Jarbas – Não! Até mesmo porque eu acho que esse tipo de pessoa é covarde, não faz na frente dos outros.
Glamurama – O melhor e o pior de ser famoso?
Jarbas – Juro que essa não é uma questão que eu penso. Eu sou ator, tenho uma profissão como qualquer outra pessoa. Acho que a fama só é resultado de um trabalho. Pensando dessa forma, isso é o bom: saber que estão gostando do que você fez e, mais ainda, viver do seu trabalho. Não tenho o que citar de negativo. Levo a minha vida normalmente, faço meu trabalho e pronto.