Nessa quinta-feira rolou a abertura para convidados da exposição “Maria de Todos Nós”, em homenagem aos 50 anos de carreira de Maria Bethânia, com curadoria de Bia Lessa, no Paço Imperial, no Rio. A cantora conversou com a gente por lá. “Estou tonta e comovida. Vejo essa exposição com muita emoção e alegria. Tantos artistas homenageando uma voz, uma intenção. Um reconhecimento de vida…”
Entre esses “artistas”, a chef Roberta Sudbrack. “Acho que foi a primeira e única vez que criei uma obra. Adorei a experiência, mas não é a minha praia. Foi um convite que veio da Bethânia e da Bia. Pensei: ‘Que enrascada!’ Primeiro, fiquei paralizada. Depois, fui buscar uma referência, e escolhi ‘Carcará’, a primeira música dela, que tem entre os versos ‘Pega, mata e come’. Eu queria uma coisa que tivesse algo de transgressor, como a canção. A Bethânia falou que amou, então estou me achando. Ela não sai muito, mas já foi algumas vezes no meu restaurante e eu já fiz algumas coisas pra ela. Acabamos ficando um pouco próximas.”
Com a palavra, Bia: “Essa mostra é coletiva, uma ocupação, que evidencia um Brasil popular, erudito, alegre, comemorativo, potente. Foi muito bacana poder abrir um espaço museológico para a praça, com obras espalhadas nas calçadas, do lado de fora das janelas… Aconteceu uma coisa tão legal: pedimos ajuda aos mendigos para montar essas obras na rua. Quando acabamos, oferecemos um dinheiro. Eles não aceitaram, disseram que queriam ajudar. E ninguém até agora pisou em nada. É uma exposição civilizatória, que está nos mostrando que é possível”. (por Michelle Licory)
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