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Ludmilla e Mônica Martelli // Reprodução Instagram

Quando começou o ano, Mônica Martelli talvez já suspeitasse que seriam 12 meses de grandes transformações, como agora define seu 2019. Mudou-se com a filha, Julia, de 10 anos, para São Paulo e experimentou “novos hábitos, nova rotina, muitas descobertas e aprendizados”. “Sensação de recomeço, vida nova”, resume ela a J.P. . Vista de fora, a vida da atriz e roteirista neste ano poderia ser resumida com o popular verbo “bombar”. Aos 50, afinal, Mônica começou em 2019 a turnê pelo país da peça ‘Minha Vida em Marte Minha Vida em Marte’ – “Fui literalmente abraçada pelo público em todas as cidades”, diz. Também ocupou durante um bom tempo seis dias da semana gravando a série ‘Os Homens São de Marte e É pra Lá que Eu Vou’, do GNT, além da participação (que já dura seis anos) no programa ‘Saia Justa’, no mesmo canal.

Ela também gosta de lembrar que, no ano em que se viu no topo, foi capa de revista (J.P, por , por exemplo, em maio passado). “Ser capa de uma revista aos 50 anos mostra que o mundo caminhou. Numa sociedade machista, que enaltece a juventude, sinto como uma vitória. A mulher está sendo vista, admirada e ouvida aos 50”, comemora. Quando questionada sobre o que é preciso fazer para se destacar hoje, Mônica tem uma, digamos, “não receita” – quase sempre repetida pelos que se destacaram num ano de glórias individuais, em meio a um contexto social bastante inglório.

O sucesso, segundo Mônica, é fruto de “sinceridade, verdade no trabalho, gostar muito do que se faz e nunca deixar de sonhar”. Em termos práticos, é, também, “ter sempre projetos”. Outro ingrediente indispensável, completa, é o fator verdade. O sucesso da série, da peça e do filme – todos derivados do original texto dela ‘Os Homens Os Homens São de Marte…’ São de Marte…– é a identificação que o público tem com a personagem, vivida por ela. “Tem verdade em cena. Faço o que acredito, escrevo tudo que sinto. Minhas alegrias, minhas tristezas, minhas angústias, meus medos, minhas expectativas, inseguranças. E é a história de todo mundo”, diz, para em seguida completar: “Se existe alguma receita, é a gente tentar se aproximar cada vez mais da gente. Cada um descobrir sua a verdade. Qual é o meu dom? O que eu gosto de fazer? Sobre o que quero falar? Eu conseguiria viver sem fazer isso? Tem algumas perguntas que podem nos levar para o caminho certo. E ter muita persistência. A caminhada também é feita de fracassos. Mas eles nos ensinam e acabam nos empurrando para o lugar certo”.

É também movida por autenticidade que a cantora Ludmilla defende ter chegado ao tal lugar certo. A funkeira nascida em Duque de Caxias e que já atendeu pela alcunha de MC Beyoncé é a autora da música “Verdinha”, já proclamada o hit deste verão. Em 2019, sua carreira despontou: lançou o primeiro DVD, fez turnê internacional, recebeu dois troféus no Prêmio Multishow – “Fui a primeira mulher negra a ganhar o prêmio de melhor cantora”, lembra – e foi aclamada por uma multidão em show no Rock in Rio. Além, é claro, de ter ganhado as manchetes depois de assumir seu namoro com a sua bailarina Brunna Gonçalves. “Me sinto cada vez mais forte e empoderada para lutar contra uma sociedade que ainda é muito conservadora e racista, infelizmente. Mesmo no meio do caos e do ano turbulento que passamos, nós brasileiros conseguimos sempre criar uma força inexplicável para superar todos esses desafios, e comigo não foi diferente”, diz.

Sua receita para o sucesso segue a de Mônica Martelli: “O principal é ser verdadeiro, fazer o trabalho com amor e se dedicar, entendendo que mesmo em um ambiente tão concorrido cada um terá o seu momento e seu espaço para brilhar”. Ludmilla tem quase 20 milhões de seguidores no Instagram. Como afirma, seria, portanto, a mulher negra com maior número de seguidores na rede. Ela, porém, defende que não é preciso ser escravo da internet para conquistar tamanho sucesso. Diz que para conseguir destaque em tempos de guerra virtual basta mostrar o que se é. Como não ser refém das redes sociais para chegar ao Olimpo? “Mostrando o que somos realmente”, resume e, também, pondera: “As redes sociais têm um papel muito irado que acaba nos aproximando dos fãs, de artistas que acompanhamos… Além de ser um espaço ótimo Além de ser um espaço ótimo para todos que querem expor para todos que querem expor seu trabalho”. seu trabalho”.

A “não fórmula” do sucesso contemporâneo é adotada também por Pabllo Vittar: “Não acho que exista uma receita. Mas ser verdadeira com suas origens e transparente com as pessoas é sempre um bom caminho. Também é preciso ter muito foco, suor, dedicação e gostar daquilo que está fazendo. Além disso, eu ainda conto com uma equipe dedicada e o apoio da minha família e fãs”. Neste 2019, a drag queen maranhense chamou atenção outra vez com o clipe de “Parabéns”, com quase 7 milhões de visualizações no YouTube. Embora o sucesso na internet seja incontestável, ela diz não ter sido “refém” das redes sociais: “Eu sou espontânea com meus seguidores, não faço nada pensando em ganhar followers, mas sim em compartilhar algum momento divertido, uma foto que gosto ou alguma novidade mesmo do meu trabalho. Acho que essa conexão com as pessoas funciona de forma natural. Isso é que vale a pena”.

Ainda escalando as colinas do sucesso, desponta a funkeira carioca Pocah – antes MC Pocahontas – e que, agora, anuncia clipe em parceria com Cleo (agora não mais Pires, mas apenas Cleo). Pocah diz que seu 2019 foi um divisor de águas: “Fechei contrato com a gravadora Warner, fiz minha terceira turnê internacional em menos de um ano, passando por países que nunca tinha ido antes, lancei ‘Não Sou Obrigada’, que é uma música muito especial para mim e com ela pude ajudar muitas mulheres a se sentirem livres e empoderadas. Olhando para trás, vejo que realmente foi um ano cheio de realizações. Fico muito feliz e com sensação de dever cumprido”. Pocah diz usar as redes sociais para se aproximar do público. “Adoro compartilhar momentos da minha vida, além de conversar com meus seguidores fazer enquetes. É uma relação muito forte e muito importante”, afirma. Mas reconhece que a decisão de o Instagram deixar de expor os números de seguidores tem sua importância: “As pessoas estavam se tornando cada vez mais reféns dos números, dos likes, e deixando de viver os momentos, sabe? O Instagram foi feito, antes de mais nada, para compartilhamento de histórias, momentos”. (por Audrey Furlaneto para revista J.P)

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