A edição da “Vanity Fair” que vai chegar às bancas dos Estados Unidos na próxima terça-feira trará um texto poderoso sobre o movimento #MeToo assinado por ninguém menos que Monica Lewinsky, a ex-estagiária de Bill Clinton na Casa Branca que entrou para a história ao protagonizar o maior escândalo sexual do país nos fim dos anos 1990, que promete dar o que falar.
Lewinsky, hoje com 44 anos, aproveitou o espaço que lhe foi cedido pela revista para dizer que os recentes casos de assédio e abuso sexual que chacoalharam as estruturas de Hollywood serviram para que os americanos vissem sob outra ótica o que classificou como “abuso grosseiro de poder” do qual foi vítima no período em que trabalhou com o então homem mais poderoso do mundo, entre 1995 e 1996.
“Até recentemente (obrigado, Harvey Weinstein), historiadores realmente não tinham a perspectiva para processar e entender completamente o que foi aquele ano de vergonha e espetáculo”, ela escreveu sobre o seu caso que veio à tona há exatos 20 anos, reconhecendo que aquilo que ocorreu com o ex-presidente democrata não foi uma transgressão sexual, “mas agora reconhecemos que constituiu um abuso grosseiro de poder”.
A própria ativista social, que atualmente luta contra o cyberbullying, explicou no artigo que está apenas começando a entender completamente o episódio do qual foi vítima e “a considerar as implicações dos diferenciais de poder que eram tão vastos entre um presidente e uma estagiária da Casa Branca.”
“A razão pela qual é difícil é que eu vivi por tanto tempo no limbo, agarrando-me às minhas experiências à medida que se desdobraram nos meus 20 e poucos anos e me afastando contra as mentiras ditas sobre mim, de que eu era uma perseguidora instável e prestadora de serviços escusos”, Lewinsky explicou. “Não fosse pelo #MeToo e pelos novos ângulos e solidariedade que surgiram a partir do movimento, eu não teria superado isso”. (Por Anderson Antunes)
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