Michel Teló, depois de vencer como técnico as três edições do “The Voice” que participou, está de volta na nova temporada do programa, na Globo. “Vai ter um upgrade na zoada. A gente [ele, Ivete Sangalo, Lulu Santos e Carlinhos Brown] se respeita, tem um carinho muito grande um pelo outro, mas na hora de escolher o candidato não tem essa, não. Não estou ali pra brincadeira”.
“Aquela luz que brilha e vai mostrando: ‘é você, é você'”
O que acontece que Michel leva a melhor em todas? “Na última edição, eu vinha sentindo muito que a Samantha [Ayara, vencedora] estava crescendo e que tinha uma estrela brilhando pra ela de maneira diferente. Surgiu a oportunidade [de “pegar” a competidora quando Ivete optou por outro e a dispensou], aproveitei. Você vai trabalhando, batalhando, e tem um momento que a luz dá aquele foco… Uma coisa de carisma, e aí tudo acontece. Tem que ter uma grande voz mesmo, quem ganhou realmente merecia, chegava lá e rasgava, as pessoas em pé aplaudindo, emocionadas… Mas a atitude também conta muito… E aquela luz que brilha naquele momento, que vai mostrando: ‘é você, é você'”.
“Não é o número que importa”
Por que o “The Voice” não é, na prática, uma fábrica de sucessos, carreiras meteóricas? “Existem muitos estilos musicais. Alguns extremamente populares que abrangem um grande público, e outros mais seletos, mesmo sendo um grande artista. Não é o número que importa. Tem que fazer o que você gosta. Mas, de qualquer forma, a vida muda, sim. A pessoa ganha uma visibilidade, milhões de pessoas assistindo a cada programa. Vai rolando uma torcida, quem gosta vai pesquisar sobre aquele competidor na internet… Você tem a oportunidade de mostrar seu trabalho. O resto é relativo”.
“Com uma música cantada em português, historicamente não teve outra…”
Por falar em sucesso, será que Michel se cobra outro megahit como “Ai, Se Eu Te Pego”? Hoje ele virou um comunicador, com participação em várias atrações na emissora. Mas fica aquele gostinho de estourar nas paradas mundo afora de novo? “Na época do ‘Ai, Se Eu Te Pego’, lembro de estar fazendo um show na Croácia e viver aquele momento ao máximo porque a gente sabe, dentro da música, que aquilo era um momento, algo que tive o prazer e a alegria de experimentar, que foi especial, mas… Com uma música cantada em português, historicamente não teve outra… Fui abençoado, curti muito e já sabia que ia passar. Pensava: ‘cara, vou curtir essa onda aqui que é tipo gigantesca, daquelas do Havaí, viver isso da melhor forma possível, aproveitar, e depois continuar minha vida. Foi uma onda que surfei. Continuo lançando canções, mas outra para fazer sucesso mundial é difícil. Tive essa alegria, mas a gente tem que botar o pé no chão. Teve ‘Humilde Residência’, canções que estiveram entre as mais tocadas do país… Mas ‘Bem Sertanejo’ foi um quadro do ‘Fantástico’ que teve produção do meu escritório, tem o ‘The Voice’ e a minha melhor produção, que é ser pai”.
“Tinha que tomar corticoide para segurar as pontas, eu sempre doente”
Para Michel, tudo veio no momento certo. “Em 2011, 2012 eram 240 shows por ano, muitos países. A cada três meses, eu tinha que tomar corticoide para segurar as pontas. Minha garganta vivia inflamada, eu sempre doente, sem tempo para dormir, me alimentar… Foi legal viver tudo isso, mas hoje penso que Deus foi perfeito. Tudo aconteceu de maneira incrível, mas se eu tivesse filho nessa época teria enlouquecido de estar longe deles, literalmente. Quando a Thaís [Fersoza, mulher dele] ficou grávida, falei que a gente ia segurar a agenda porque eu queria estar em casa, presente. Esse é o melhor momento que uma pessoa pode viver. Claro que fim de semana tem show e em época de ‘The Voice’ fica mais corrido, mas a gente vai administrando. Meus filhos são demais. A gente põe a Melinda no berço pra dormir todo dia e ela fica lá uma hora cantando todo o seu repertório, e a gente acompanhando pela babá eletrônica. Outro dia a Thais filmou ela cantando para o irmão ‘Teodoro, assim você me mata, ai se eu te pego’. Os dois ganharam música quando ainda estavam na barriga. O que gravei agora foi uma música com a Samantha, que fala da importância de pequenos gestos, de acreditar de novo”. (por Michelle Licory)