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Aos 63 anos, Evandro Mesquita tem fôlego de garoto e físico invejável. Começou a carreira como ator e segue firme e forte na Blitz, banda que revolucionou o pop rock nacional na década de 1980

Por Márcia Rocha para a revista PODER de março

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Evandro Mesquita veste jaqueta Hugo Boss, terno, camisa, gravata e sapato Ricardo Almeida, óculos e anéis acervo pessoal, relógio Hublot para Frattina ||Créditos: Mabel Feres e Roberta Dabdab/Estúdio X+X

 

Definitivamente, o que não falta para Evandro Mesquita é o humor e a ginga de um carioca da gema. Do tipo que chega de mansinho e, aos poucos, domina o ambiente, ele é tão “gente como a gente” que de vez em quando você até esquece que está diante de um dos artistas que ajudou a escrever a história do rock brasileiro.

Com mais de 40 anos de estrada, Evandro começou a carreira no teatro, aos 19, e fez parte do antológico grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, fundado por Regina Casé, Hamilton Vaz Pereira e Luiz Fernando Guimarães, em 1974. Patrícia Pillar, Patrícia Travassos e Nina de Pádua também fizeram parte da trupe. Foi de Perfeito Fortuna, outro integrante do Asdrúbal, a ideia de levantar, na praia do Arpoador, a lona do Circo Voador, mix de espaço cultural alternativo e casa de shows para apresentar performances de teatro e música. Evandro participou de todo esse movimento criado em plena ditadura militar – como ator e, depois, como líder da Blitz, banda que revolucionou o pop rock nacional. Corria o ano de 1982 e a Blitz estourou com o hit “Você Não Soube Me Amar”. “O compacto vendeu 1 milhão de cópias e estourou nas rádios”, lembra ele.  O nome da banda foi ideia de Lobão, primeiro baterista do grupo criado no ano anterior com cinco integrantes (Evandro Mesquita, Ricardo Barreto, Billy Forghieri, Antônio Pedro e Lobão, substituído por Juba). Fernanda Abreu e Márcia Bulcão entraram depois. O sucesso da Blitz abriu espaço para novas bandas. “Naquele tempo, as rádios só tocavam música americana e, de vez em quando, um Chico, um Caetano… Paulinho da Viola diz que começou a gostar de rock depois de ver um show da gente”, conta.

Entre idas e vindas do grupo – a última formação já está há 12 anos no ar – Evandro seguiu carreira solo, trabalhou como produtor, diretor e roteirista de filmes, peças e discos, sem falar dos papéis que interpretou no cinema e na TV. Na telinha, o mais recente é o impagável Paulão da Regulagem, do extinto seriado global A Grande Família. Mas, afinal, ele prefere atuar ou cantar? “Gosto de bons personagens, mas cantar é uma coisa mais autoral. Eu adoro viajar com a banda, montar o circo, fazer shows!  E a Blitz agora está com uma pegada muito bacana. Os fãs que acompanharam nossa trajetória se surpreendem e a garotada que nos descobriu oxigenam os shows, cantam nossas músicas. Sem falar que tem essa coisa do humor, da teatralidade, que é muito legal!” Evandro conta que tem outra banda –  The Fabulous Tab (Tropical Acoustic Band), que revisita artistas dos anos 1960 e 1970. “Fazemos apresentações muito legais com um repertório das antigas, mas com personalidade própria. É a prova de que música boa não tem data de validade”, diz ele, que é fã de Rolling Stones, Led Zeppelin, Bob Marley e Bob Dylan. Da nova geração nacional, gosta de Mallu Magalhães, Skank, Pato Fu e Charlie Brown Jr.

HOMEM-ELÁSTICO

Evandro não chegou a terminar a faculdade de educação física, mas os esportes nunca saíram de sua vida – prova disso é o físico invejável que exibe aos 63 anos. “Sou faixa roxa de judô, fiz muito jiu-jítsu, surfe… Também fui da seleção carioca juvenil de futebol de praia”, conta.  Segundo ele, o esporte o ajudou a ter domínio sobre o próprio corpo – algo fundamental para sua carreira de ator.  Praticante de ginástica natural, modalidade criada na década de 1990 pelo professor carioca de educação física Álvaro Romano, Evandro é capaz de fazer coisas que parecem impossíveis – como algumas das posições que se vê nas fotos deste ensaio (todas sugeridas por ele, aliás). Atualmente, se dedica à ginástica funcional com o acompanhamento de uma personal trainer.  Diz que morre de saudades de jogar futebol. Parou por causa de uma lesão grave no menisco do joelho direito. Mais recentemente, rompeu os ligamentos do mesmo joelho por causa de uma queda boba, mas decidiu deixar tudo como está. “Eu adorava jogar bola”, revela, enumerando seus colegas de pelada: estrelas do esporte como Romário, Zico e Ronaldo Fenômeno, entre outros.

Zero consumista, coleciona guitarras e ukuleles (espécie de cavaquinho havaiano) e usa o Ray-Ban Wayfarer até mesmo durante os shows. Contou também que conseguiu fazer “um pezinho de meia” para as filhas Manuela, de 26 anos, e Alice, de 8, mas que gostaria de ser mais esperto para lidar com dinheiro.

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