Cheio de bom humor e disposição, mesmo tendo acordado às 2 horas da manhã, Dalai Lama recebeu a imprensa nesta sexta-feira, no WTC. “Estou falando apenas como um, dentre os sete bilhões de seres humanos”, começou. Durante o discurso, ele ressaltou que os homens são todos iguais e que diferenças como religião e nacionalidade são secundárias. “Você quer uma vida feliz, eu quero uma vida feliz, nossas intenções são as mesmas”, disse ele.
* Entre uma brincadeira e outra, Dalai Lama explicou que tem três compromissos com a humanidade: criar uma consciência sobre a igualdade dos seres humanos, promover harmonia entre religiões e difundir a importância desta nova consciência.
* O líder espiritual ainda contou que tem amigos de todas as religiões e não se ofende quando, por exemplo, um amigo católico se dirige a ele como “um bom cristão”. “Respondo dizendo que ele é um bom budista”, disse rindo. E o mais importante, para ele, é que cada um imprima na rotina os valores da religião. “Não adianta rezar e deixar toda a crença fechada no quarto de meditação”.
* Diferentemente das três primeiras visitas ao Brasil, durante as quais ficou recolhido no templo budista Zu Lai, em Cotia, desta vez Dalai Lama está hospedado no Sheraton WTC, ao lado do prédio em que acontecem as palestras – e não deve sair de lá até o momento de ir embora, neste sábado à noite. Com uma comitiva de apenas seis integrantes, ele recusou a suíte presidencial e fez questão de ficar no andar mais simples do hotel, no qual um quarto está reservado para reuniões e meditação e outros dois para agentes da Polícia Federal que cuidam da segurança do líder. As exigências dele? Muita água quente, o tempo todo, para tomar pura ou com chá, e café da manhã servido às 4 horas. E, mesmo tendo na comitiva um cozinheiro que sempre o acompanha, a alimentação de Dalai Lama não tem nada de especial, pelo contrário, ele não recusa nada que lhe é oferecido – apenas dinheiro, já que não aceita doações, nem em nome do povo tibetano.
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