Um dos restaurantes mais icônicos de Nova York, o Four Seasons fechou as portas nessa semana, menos de um ano depois de ser reaberto após reforma de mais de US$ 40 milhões (R$ 153,7 milhões). Tudo por conta de um imbróglio judicial envolvendo um de seus donos, o restaurateur Julian Niccolini, que em 2015 teria abusado sexualmente de uma mulher de 28 anos nas dependências do estabelecimento e no ano seguinte se declarou culpado perante um tribunal de NY pelo crime. Daí pra frente a clientela assídua não quis mais frequentar o hotspot, afinal em tempos de #MeToo ninguém ousa se arriscar com essas coisas, resultando em mês atrás de mês de contas no vermelho e, agora, no fechamento.
Fundado em 1959 na cobertura do edifício Seagram, que fica em uma rua da Big Apple na região da Park Avenue, e transferido para uma outra próxima depois que o aluguel no endereço original não pode ser renovado, o Four Seasons foi durante décadas o point de encontro de celebridades de meios distintos como Andy Warhol, Muhammad Ali, Calvin Klein, Valentino Garavani e Martha Stewart, além de uma penca de hollywoodianos poderosos. Muitos grandes negócios foram fechados lá também, razão pela qual o restô foi apelidado de “casa dos ‘power lunchs'” pela revista americana “Esquire”.
A ideia de reformá-lo era um projeto antigo de Niccolini e seu único outro sócio no negócio, Alex von Bidder. A dupla finalmente conseguiu levantar o dinheiro para fazer isso em 2014, com vários investidores. O final só não foi feliz por causa do comportamento inapropriado e criminoso de Niccolini, que atualmente cumpre pena em liberdade condicional. Já o último jantar no Four Seasons foi servido na terça-feira, para meia dúzia de gatos pingados que em nada lembrava os salões cheios de outras épocas. O fim de uma era, definitivamente. (Por Anderson Antunes)
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