Glamurama estava entre os convidados da noite de autógrafos de “Trinta e Oito e Meio”, livro de Maria Ribeiro, nessa quarta-feira, na Livraria Argumento, do Leblon, no Rio. Antes de entrar na longa fila [que demorava mais ainda porque a moça se recusava a escrever apenas “um beijo” como dedicatória], a gente bateu um papo com ela. Os melhores momentos, aqui embaixo!
Um pedido de desculpas para Carolina Dieckmann
“São crônicas já publicadas na revista ‘TPM’. Só tem quatro inéditas. Mas mesmo assim… Quando você vê esse material todo junto, de uma vez, a exposição é bem maior. É muito pessoal, quase uma autobiografia dos últimos 5 anos. Falo sobre maternidade, relação com a morte – do meu pai -, sobre envelhecer, perdas e ganhos do amadurecimento… E sobre roupa, que eu adoro. Tem um pedido de desculpa para a Carolina Dieckmann [sua melhor amiga há 20 anos], depois de uma briga. Mas claro que já tinha pedido pessoalmente antes. E ela já tinha aceitado. Não sou tão sem caráter de usar a crônica pra isso. E sou boa de pedir desculpa. Peço o tempo todo. Se falei besteira… Não tenho problema com isso. Meu livro não tem um formato menor à toa: é despretensioso, bem girlie, para mulheres de até 40 anos. Não quero enganar ninguém. É mais ou menos meu processo de análise, superfranco. Minha única inspiração é o prazo, vem no deadline. Atraso uma semana, viro noite. Meus autores preferidos? Valter Hugo Mãe, Rubem Braga, Machado de Assis e Milton Hatoum”.
Sem censura, ou quase
Sobre as opiniões mais que sinceras que Maria costuma dar em entrevistas, nas crônicas e no “Saia Justa”, do GNT, ela diz… “Quando topei o ‘Saia Justa’, já sabia que seria desse jeito. Não tem como fazer esse tipo de programa com o freio de mão puxado. Mas lá todo mundo se expõe e se detona tanto… Só me arrependi uma vez do que disse, e foi em uma crônica, quando contei que dei dois cachorros meus quando me mudei de uma casa. Nossa! Se a Sociedade Protetora dos Animais cuidasse de crianças carentes, nossos problemas já teriam acabado. Nunca mais falo nada de bicho. Nem mal de barata”.
A “fúria” de Maria
O assunto acabou em “Império”. O que a atriz ainda tem em comum com sua personagem na novela, que virou malvadíssima? “A fúria! Sou explosiva. Infelizmente. No meu carro, colo fotos dos meus filhos no volante. É meio taxista, mas não estou nem aí. Nunca fui grossa no trânsito na frente deles… Posso não ser uma pessoa tão legal, mas preciso formar pessoas melhores que eu.” Sobre o sucesso na novela… “Ai, ta tão bom! Estou tão feliz! É tão raro isso acontecer… Meu papel nem era tão bom. Foi ficando. Prefiro fazer vilã. Nas ruas, o retorno é dividido. Tem gente que diz que o Zé Pedro [Caio Blat, seu marido também na trama] é um banana e que eu tenho que me vingar mesmo. Outras pessoas falam que eu virei uma Malévola interesseira. Eu jamais abandonaria minha carreira por causa de um casamento, como a personagem fez. Mas maltratar o Caio em cena é péssimo! Ela está esculachando muito! Pediu para os presos que estão na mesma cela currarem ele. Não quero que as crianças assistam”.
Uma paixão – ácida – por Alexandre Nero
“Me apaixonei perdidamente pelo Alexandre Nero [o Comendador, protagonista da novela]. Temos um humor parecido, ácido. A gente é superlegal, mas se disfarça de mau pra se proteger. Esse nosso núcleo na novela é muito engraçado. Temos até um grupo no Whatsapp”.
Mais comunicadora do que atriz
“Sou boa de fazer amigo. Tenho uma capacidade muito grande de ouvir. E tenho interesse pelo outro. Gosto de gente. Sou mais comunicadora do que atriz. E não me sinto confortável em ficar em uma situação de alturas diferentes: acho minha vida tão interessante quanto a da moça que me maquia. Tento não levar a sério o sucesso. Não acredito em nada e não quero chegar a lugar nenhum. Agora estou aparecendo, mas trabalho há 20 anos! E pode ser que ano que vem eu monte uma peça e só tenha 10 pessoas na plateia. Não quero achar que esse ano foi melhor do que o outro. Todos os anos tiveram seu valor”.
Crise dos 40?
“Sim, vou fazer 40 anos. Como lido com isso? Com bastante análise. Sempre. Quero voltar pra musculação, mas não estou fazendo nada agora. Nelson Rodrigues dizia que tem que olhar a mãe da mulher, e a minha é gata, então… Minha barriga não tá incrível, mas não penso muito nisso. Envelhecer não é susto, é gradativo. O que eu tento é cada vez falar coisas mais legais pra você não prestar atenção se meu braço está caído. Como glúten, lactose e bebo menos do que gostaria. Estou lendo aquele livro ‘Como Ser Uma Parisiense [Em Qualquer Lugar do Mundo]’, que fala que às 19h você já tem que estar bebendo”. (Por Michelle Licory)
Aqui, confira cliques de quem esteve por lá!
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