Que tal descobrir quais doenças você poderá ter no futuro? E saber qual alimento é o mais aproveitado pelo seu corpo? E ainda qual atividade física é melhor para você? Tudo isso pode ser descoberto pela nutrigenômica, uma ciência que estuda o conjunto das informações hereditárias e que acaba de ganhar força no Brasil.
A partir dos laudos, a pessoa passa a ter um mapa do corpo humano. De acordo com Lia Kubelka, doutora em bioquímica e responsável pelas pesquisas em genética do laboratório Biogenetika, os estudos mostram que se uma pessoa tem metabolismo lento, tendência a acumular gorduras e até os exercícios mais indicados, se de força ou aeróbico. Percebe-se que nem todos os alimentos são bem aceitos no corpo devido a mutações nos genes responsáveis pelo apetite, energia e absorção de nutrientes.
A empresária Carol Buffara é uma das que aderiram à novidade. “Decidi traçar meu genoma porque sempre é melhor prevenir do que remediar”, revela. Segundo a carioca, o exame detectou doenças que ela pode vir a ter, como triglicerídeos elevados e colesterol HDL reduzido. “Meu exame revelou ainda que minha melhor dieta é a mediterrânea, o que me fez dar prioridade para verduras, legumes, frutas e gorduras boas, como oliva e castanhas. Também descobri que tenho benefício intensificado com a prática de exercício de resistência, como a corrida, que ainda em ajuda na sensibilidade da insulina”.
A nutricionista Maria Fernanda Cortez, da da Nutri & Consult, explicou que a nova técnica tem sido muito requisitada em seu consultório e que o retorno tem sido muito bom: “Além do que, é um exame que você faz uma vez e nunca mais precisa fazer, já que seu código genético não vai mudar”. Na parte nutricional, a nutricionista explica que o exame revela se você tem intolerância a lactose, como é sua sensibilidade à cafeína e ainda se você tem mais vulnerabilidade ao doce ou ao amargo. “Para quem tem aquela vontade louca de comer chocolate, temos que pensar sempre em substitutos, como canela e banana”.
Apesar do valor ainda ser relativamente alto no Brasil [em torno de R$ 2 mil o exame, mais o acompanhamento médico], esse tipo de mapeamento acaba barateando os custos de uma futura doença. Estudos recentes sugerem que os testes genéticos estão disponíveis para menos de 2% da população mundial, mas poderiam beneficiar até 60% em uma década.
O exame é feito pela saliva, e deve ter um pedido médico ou nutricional. O material é em seguida levado a um laboratório nos Estados Unidos e demora cerca de 45 dias para o resultado ficar pronto.
Mais infomrações: Laboratório Biogenetika, tel. (48) 3322-3748
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