Uma château que pertence a Jho Low, investidor malaio que enganou meia Hollywood, acaba de ser listada nos classificados dos Estados Unidos por US$ 24,5 milhões (R$ 98 milhões), ou US$ 15,5 milhões (R$ 62 milhões) a menos do que custou a seu encrencado dono quando ele a comprou, em 2012. A propriedade de arquitetura contemporânea fica na região de Sunset Strip da Califórnia, na divisa entre Los Angeles e West Hollywood, e foi confiscada em 2015 pelo Departamento de Justiça dos EUA logo que um esquema fraudulento e bilionário orquestrado por Low foi descoberto, portanto sua eventual venda servirá para ressarcir as vítimas do golpe. Um iate batizado ironicamente de “Equanimity”, quadros assinados por artistas como Picasso e muitas joias de Low também foram confiscadas pelas autoridades americanas na mesma época.
Atualmente um foragido internacional, no passado Low circulou junto com Leonardo DiCaprio (a quem presenteou com o Oscar de Melhor Ator recebido em 1955 por Marlon Brando, pelo filme “Sindicato de Ladrões”, mais tarde devolvido pelo eterno astro de “Titanic”), e mais uma penca de outras celebridades. Mas foi por causa da ligação indireta com o galã hollywoodiano que a casa do outrora gênio das finanças caiu, já que saíram das contas pessoais dele muitos dos milhões usados para filmar “O Lobo de Wall Street”, a cinebiografia sobre um golpista real de Wall Street estrelada por DiCaprio e dirigida por Martin Scorsese, que em contrapartida haviam sido roubados do fundo soberano da Malásia, o 1MDB.
Na terra do cinema – e em vários outros lugares – a torcida é para que Low jamais seja encontrado, já que o ex-bff de celebs que, suspeita-se, pode estar escondido na China, facilmente contaria tudo o que sabe para atenuar o risco de receber uma pena alta. Mas, se isso de fato acontecer, não dá pra negar que se trata de uma história que renderia uma boa adaptação para a telona. E, quem sabe, até Oscar, dessa vez dado pela própria Academia e de acordo com todas as regras. (Por Anderson Antunes)