A abertura da temporada 2015 do Mozarteum não poderia ter sido mais impactante. Com um concerto ao ar livre no Parque do Ibirapuera e duas apresentações impecáveis na Sala São Paulo, além de uma apresentação especial para crianças no Auditório do Ibirapuera, a Russian State Symphony Orchestra deu um show de técnica, virtuosismo e simpatia. A começar pelo maestro, Terje Mikkelsen, que ficou, em suas próprias palavras, extasiado com a receptividade do público brasileiro. Ele explica: “Nós tocamos com o coração, e tivemos uma conexão com a emoção dos brasileiros”.
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No concerto ao ar livre, no último domingo, ele teve muita dificuldade de sair do palco. As cerca de 10 mil pessoas que lotaram o parque para ouvir Johan Halvorsen, Grieg – com a Suite 1 de “Peer Gynt” – e a suite “A Bela Adormecida”, de Tchaikovsky, o “forçaram” a dar dois bis.
Na Sala São Paulo, o clima não foi diferente: espectadores estáticos seguravam a respiração, a tosse e, em alguns casos, o choro. No programa dessa terça, último dia, peças de Dvorak, como o “Concerto para Violoncelo”, com o violoncelista Alexander Buzlov, um dos melhores da atualidade, ovacionado ao final. No bis, mais Dvorak.
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A execução de “A Bela Adormecida” e de “Romeo e Julieta”, de Tchaikovsky, foi um festival: de cores, de timbres e de beleza. Os músicos, cientes de seu absoluto domínio, estavam tranquilos e relaxados, quase um passeio pelo repertório romântico – um dos celos aparentemente bocejou a certa altura de “A Bela Adormecida”.
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Não à toa, a Russian State é considerada uma das melhores orquestras do mundo. E Terje sabe bem disso: “Ninguém toca como nós”.
Em tempo: a orquestra segue para apresentações em Buenos Aires e Santiago. Confira algumas imagens das apresentações que aconteceram por aqui.
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