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Luiza Botto, a glamurette carioca || Créditos: Juliana Rezende
Luiza Botto, a glamurette carioca || Créditos: Juliana Rezende

“Meus pais não eram tão fãs da ideia de eu cursar Moda… Quando eu tinha 20 anos, durante a faculdade, comecei a fazer as minhas roupas com uma costureira perto de casa. Minhas amigas gostaram, pediam… Aí comecei a vender em casa, sem pretensão. Foi fluindo. Não é que eu sempre tive o sonho de ter uma marca… As coisas foram acontecendo naturalmente”, conta, aos 29 anos, Luiza Botto, que conquistou jovens glamurettes da zona sul carioca com suas peças em linho lisas, de tons e shapes dos mais variados, arrematadas por um trançado no mesmo tecido no cós, na barra, no decote… Com essas criações atemporais, bem curingas, ela foi ganhando terreno no boca a boca.

“No começo, eu tinha uma sócia. Mas com duas era uma bagunça. Cada uma gostava de uma coisa, entrava o gosto das duas… Aí não tinha uma identidade. Ela saiu e a marca foi ficando muito ‘eu’. Antes de ter um espaço, eu ia participando de eventos. Aí fui para um ateliê em Ipanema e atendia com hora marcada. Há pouco mais de um ano mudei pra cá [uma loja de rua muito fofa – e bem grandinha – na Garcia D’Avila, também em Ipanema]”.

E no meio dessa crise, um passo tão importante… “É que eu ia ter que sair do ateliê, pediram de volta… Comecei a procurar uma alternativa… Ficava rodando Ipanema e Leblon a pé. Por acaso, passando aqui em frente, vi o anúncio de ‘aluga-se’. Tinha uma senhora na porta da casa, que me deu um cartão. Pensei: ‘Ah, não vou nem ligar. Vai ser uma fortuna, não é pra mim’. Ela disse pra eu ligar, sim, pra me informar –  ‘quem sabe…’ Aí me apaixonei pelo espaço e acabei fechando. Não era o momento mais propício, mas nada acontece por acaso. Quis dar esse passo maior e arriscar. A senhorinha era a dona da casa e tem dado supercerto o ponto”.

E daqui pra frente? “Meu sonho é que a marca vá pra fora, vire internacional. Aqui é muito difícil. Não me vejo abrindo um milhão de lojas no Rio. Quero ter uma única loja com um atendimento mais personalizado. Fora isso, vendo em quatro e-commerces. Planejo que a marca vá expandindo dessa forma”. Sobre a evolução das peças… “O linho será sempre muito forte em todas as coleções, mas com a loja senti a necessidade de aumentar o mix de produtos. Não adianta só ter conceito: tem que ter produto, vender. Comecei a fazer vestido de festa pra mim, vi que fazia sucesso, fui testando costureiras e funcionou. Percebi que aqui no Rio as pessoas tinham dificuldade de achar um vestido de festa com um preço… Não é barato, mas é mais acessível… Justo. Acabei criando um espaço aqui na loja só pra essa linha festa”.

O que tem sido mais difícil nessa trajetória da marca? “Burocracias em geral, imposto… É tudo muito difícil. Abrir a loja, tirar as licenças todas… Tudo muito chato. Mão de obra também é complicado, mas consegui montar um time de costureiras que me tratam como filha”.

Luiza Botto || Créditos: Juliana Rezende

Por causa do seu feed inspirador, todo arrumadinho, com fotos do maior bom gosto, Luiza de repente virou também influencer. “Realmente eu fui vendo que tudo que eu posto as pessoas vêm muito atrás. Já tentei trabalhar com influenciadoras, mas percebi que funciona mais com o que eu mesma posto. Sempre gostei muito de fotografar… E de viajar. Entendi que viagem é um foco. As pessoas se interessam e começam a te seguir. Já tive convites para viagens como influencer, mas não gosto de misturar as coisas. Tenho que tomar cuidado porque tenho uma marca com meu nome. Entre a Luiza influenciadora e a estilista, a estilista vem em primeiro lugar, com certeza. Faço parcerias com marcas, sim, mas com bastante critério”.

Luiza é muito quieta, na dela, quase tímida. Perguntamos por que, em sua opinião, essas marcas se interessam tanto por ela… “Eu tenho vergonha, sim [risos]. Mas isso é um ponto positivo também, eu ser mais discreta [e seletiva]. Valoriza a informação que passo. Se posto, é porque gosto e me identifico. Não é pelo job. Nunca passaria uma mensagem forçada. E isso dá mais credibilidade, as pessoas gostam. Entrei no Instagram logo que lançou e sempre me preocupei em manter um feed bonito. Essa preocupação com aparência é algo que vai além da marca”.

Sobre os destinos que escolhe, ela confessa: “É meu marido [Antonio Carneiro] que vai atrás de tudo, pensa nos roteiros… Eu só aviso quando posso ir e arrumo a mala. Hoje em dia é muito fácil trabalhar de qualquer lugar. E ainda levo as roupas da minha marca para fotografar, postar. Consigo transpor essas experiências para a marca. Além disso tudo, é um momento de inspiração também, para criar”.

E por falar em Antonio, os dois – que moram juntos e já se consideram de certa forma casados – vão oficializar a união em maio. Será que Luiza vai fazer o próprio vestido de noiva? “Acho que sim”. (por Michelle Licory)
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