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Lisa Brennan-Jobs com o pai, Steve Jobs || Créditos: Reprodução
Lisa Brennan-Jobs com o pai, Steve Jobs || Créditos: Reprodução

Steve Jobs sempre teve fama de “difícil”, e um novo livro com detalhes sobre esse lado nem tão comentado do fundador da Apple promete reacender a discussão a respeito da personalidade controversa dele. A obra em questão é “Small Fry” (algo como “Insignificante”, em tradução livre), chega às bancas do hemisfério norte no começo do mês que vem assinada pela filha mais velha de Jobs, Lisa Brennan-Jobs, jornalista por formação e colaborada esporádica da revista de Oprah Winfrey, a “O”.

Como muita gente sabe, a relação dos dois nunca foi das melhores e chegou a ser retratada na cinebiografia “Steve Jobs”, de 2015. O criador do computador pessoal e do iPhone demorou anos para reconhecer a paternidade da herdeira, que em suas memórias prestes a serem publicadas, afirma nunca ter se recuperado propriamente disso e sofreu com a rejeição de Jobs até os últimos momentos do empresário.

Uma parte do livro foi divulgada nessa quinta-feira pela “Vanity Fair”, e choca pela intensidade dos relatos. Lisa afirma que ouviu do pai famoso quando tinha apenas nove anos de idade que jamais receberia qualquer coisa dele. O chega pra lá teria acontecido depois que ela, hoje com 40 anos, pediu de presente o Porsche que Jobs dirigia quando a visitava uma vez por mês.

A jornalista de 40 anos em uma foto recente || Créditos: Reprodução

“Não sei se ele se referia ao carro ou outra coisa, mas sua voz me machucou muito”, ela escreveu. Jobs também teria demorado décadas para admitir que batizou o primeiro Macintosh da Apple com o nome de sua primogênita, e isso graças a Bono. É que o líder do U2 o recebeu em sua vila no sul da França, em 2005, e logo lhe questionou sobre o nome do PC, ao que ele confirmou que foi dado em homenagem à filha.

Presente durante a conversa deles, Lisa até agradeceu o roqueiro. “Obrigado por ter feito essa pergunta, foi a primeira vez que ele admitiu isso na minha frente”, disse na ocasião. Quando Jobs já estava bastante debilitado, ela o visitava frequentemente em sua casa em Cupertino, na Califórnia. E vez por outra era alvo das tiradas nem tão amigáveis dele.

Curiosamente, quem testemunhou parte dessas interações foi um monge brasileiro chamado Segyu Rinpoche, que se tornou uma espécie de guia espiritual de Jobs e companhia frequente dele no fim da vida. Apesar de tudo isso, Lisa garante que sempre se orgulhou de seu pai e confirma no livro que recebeu uma herança multimilionária dele, cujo valor não confirma mas já foi estimada em US$ 250 milhões (R$ 937 milhões).

Jobs conheceu a mãe dela, Chrissan Brennan, no fim dos anos 1970. Eles chegaram a viver juntos durante um tempo, mas se separaram depois que Chrissan engravidou. Sem o apoio do ex, ela precisou trabalhar de garçonete e faxineira para sustentar Lisa e deu sua versão dos fatos em uma biografia que lançou em 2013, na qual o xinga de tudo e diz que “o dinheiro e o poder lhe subiram à cabeça” e afirma ter sido “o alvo número um da crueldade dele”. (Por Anderson Antunes)

A capa do livro dela, que chega às livrarias americanas em setembro || Créditos: Reprodução

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