Letícia Sabatella está em “Tempo de Amar”, próxima das seis da Globo, mas não é só à novela que a atriz tem se dedicado. Ela ainda tem se apresentado como cantora… e como Antígona. Para completar, se prepara para homenagear Edith Piaf. Letícia conversou com o Glamurama sobre isso – e, claro, não deixou de falar de suas bandeiras políticas, da beleza de sua profissão…. E ainda fez uma autoanálise. Vem ler! (por Michelle Licory)
Glamurama: Sobra tempo para se dedicar a outros projetos, em paralelo à novela?
Leticia Sabatella: “Sim! Continuo com a Caravana Tonteria [show em que ela canta músicas próprias e Chico Buarque, Colle Porter, Duke Ellington, Carlos Gardel…]. Tenho muita vontade de cantar cada vez mais. E temos ainda pela frente algumas apresentações do espetáculo ‘Trágica.3’, na qual faço Antígona e assino a trilha. Fora isso, vou estrear um projeto sobre Piaf e Brecht entre outubro e novembro em São Paulo com o Fernando Alves Pinto [marido dela]”.
Glamurama: Já pode dar detalhes?
Leticia Sabatella: “São dois clowns, Edith e Bertolto, que contam a história de Piaf e Brecht, competindo pra ver quem é o melhor, uma brincadeira de dois palhacinhos que vão brigando o tempo inteiro, discutindo. E a gente fica dando esse contraponto da passionalidade borderline dela e da engenhosidade racional dele, de método, clareza, crítica”.
Glamurama: Letícia é mais passional ou mais racional?
Letícia Sabatella: “Cabeça ou coração? Varia. Tem horas que a cabeça rege mais, outras que o coração dá uma rasteira na cabeça. Mas vou equilibrando”.
Glamurama: Você se mostra sempre muito politizada. Como vê o agravamento da crise da cultura no Rio e a questão dos teatros fechados na cidade?
Letícia Sabatella: “A gente está vivendo essa crise absurda da cultura no país, esse desmonte, que está pior no Rio de Janeiro. Estou dentro de todos os protestos para que nossa soberania nacional e democracia sejam retomadas e nossa dignidade e identidade não sejam perdidas por conta da desvalorização da nossa cultura”.
Glamurama: Ainda é difícil se desligar de todos os problemas na hora de atuar?
Leticia Sabatella: “Parece que existe uma magia que permite que a gente saia das nossas mazelas para conseguir interpretar a mazela do outro. É muito impressionante. Já passei por várias provas e percebi que na hora do “gravando”, ou de começar a peça, você tira a febre, uma desavença, tudo desaparece e a personagem acontece. É a mágica da profissão”.
- Neste artigo:
- antigona,
- brecht,
- Fernando Alves Pinto,
- Leticia Sabatella,
- piaf,