Encontramos Lazaro Ramos nesta segunda-feira para um bate papo em uma mansão de tirar o fôlego, escondida atrás de muros e uma porta suntuosa em um condomínio da Barra da Tijuca. O imóvel – que tem piscina gigante estilo resort e até capela – na vida real pertence ao vice-presidente de uma mineradora, mas na ficção é o lar de Mister Brau, popstar interpretado por Lazaro no novo seriado da Globo, de mesmo nome. “Aqui é incrível, né? Eu só não queria ter que varrer! Olha o pensamento da pessoa humilde: quem será que varre tudo isso?” Assim que chegamos, ganhamos de presente um pen drive já com nove músicas cantadas pelo ator, na pele de Brau. Leia a entrevista! (por Michelle Licory)
“O PIB das favelas é maior que o do Uruguai”
“Aceitei o convite para esse trabalho p0r conta da leveza. Brincar de pop star é muito divertido. É um seriado alto astral, com música, que é um universo que gosto de fazer parte desde que comecei, no Bando de Teatro Olodum, na Bahia. E o texto passa uma mensagem de tolerância. A gente solta umas coisas nos diálogos, por exemplo: ‘O PIB das favelas é maior que o do Uruguai’. O Brau tem um humor com autoestima. Sou muito racional, ele, impulsivo. Não pensa antes. Mas, como eu, ele gosta de celebrar a vida, com os valores do lugar de onde ele veio [Madureira, subúrbio do Rio]. Ascendeu socialmente, mas continua com os mesmos prazeres. Ele gosta de suas origens. Eu também sou muito feliz com as minhas [classe baixa de Salvador]”.
Tipo Beyoncé e Jay Z
Eu e a Taís [Araújo, mulher dele na vida real e na trama, na qual interpreta sua bailarina e empresária] estamos vivendo uma rotina acelerada com a de Beyoncé e Jay Z, gravando seis dias por semana, muita externa, e eu ainda tenho que frequentar os estúdios de gravação das músicas. Cada episódio tem duas canções inéditas. Estamos nos sentindo como eles, só que sem a rentabilidade deles. Se eu queria ser um pop star de verdade? Ué, é ruim ter dinheiro? Nada, é muito bom! Deve ser divertido. O Brau e a Michele sabem fazer dinheiro. São marqueteiros… Devem gostar de paparazzi, usar em benefício próprio. Outra coisa: ninguém é festeiro como o Brau. Já para mim festa é encontrar um amigo para bater papo. Balada em que você não conhece ninguém, com fumaça e um copo de whisky na mão não é a minha”.
“Beijo de língua fica meio ensebado na TV”
“Como é separar as coisas com mais um trabalho feito em parceria com a minha mulher? Não sei responder. A gente vai fazendo porque é bom. O que guia nossa relação é o prazer de estar junto. Não é uma área de conflito. Antes de eu começar na Globo, ela já era uma atriz que eu admirava e que gostaria de contracenar. A gente consegue lidar com facilidade com isso. Mas o beijo é técnico mesmo. Beijo de verdade, de língua, fica meio ensebado na TV”.
“Não queria passar fome na terra dos outros”
“Eu lido bem com dinheiro. Meu pai sempre me ensinou a ser muito responsável. Quando cheguei no Rio, era muito mão fechada. Não queria passar fome na terra dos outros. Hoje em dia… Sabe o que é? Meu prazeres não são nada caros. Também sou produtor, então para mim a questão financeira precisa ser organizada. Não posso não ter dinheiro para pagar as pessoas no fim do mês. Por isso, tenho um pouquinho mais de costume que a Taís de administrar o dinheiro de casa. Sei que as oportunidades que tive são coisas que acontecem para poucos, me sinto privilegiado, mas isso também é um bônus que veio graças a quem investiu em mim. Eu não tive Atari, mas na minha casa tinha a Barsa [enciclopédia]. Meu pai não tem curso superior, mas me ensinou disciplina, importância do estudo e da honestidade”.
* Em tempo: “Mister Brau” entra na grade da Globo dia 22. Dia 9, outra estreia conjunta do casal: a peça “O Topo da Montanha”, sobre a última noite de vida de Martin Luther King, no Teatro Faap, em São Paulo. Isso que é sintonia…
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