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Kenzo Takada
Kenzo Takada || Créditos: Rodrigo Zorzi
Kenzo Takada || Créditos: Rodrigo Zorzi
Kenzo Takada || Créditos: Rodrigo Zorzi

Um artista completo, de corpo, alma e coração. Essa é uma boa maneira de definir Kenzo Takada, fundador da marca de roupas, perfumes e cosméticos Kenzo. Ele, que está no Brasil, aterrissou na terra da garoa nessa terça-feira para lançar sua nova linha de fragrâncias com a Avon. De uma gentileza incomparável, nosso bate-papo teve de tudo um pouco. Desde seu restaurante preferido em Paris – o japonês Toyo -, onde mora há mais de 50 anos, até o rumo que a mundo da moda está seguindo.

Esta é a quarta vez que ele vem ao Brasil, e o carinho pelo país é grande. Em uma de suas vindas, teve a oportunidade de visitar o Amazonas, e confessa que nunca se esqueceu da noite que passou na floresta e da lembrança do cheiro da mata, da umidade e das plantas flutuantes.

Cabelereiro Massato, e cliquedo restaurante japonês Toyo em Paris || Créditos: Reprodução
O cabeleireiro Massato e o restaurante japonês Toyo, em Paris || Créditos: Reprodução

Os 77 anos só lhe fizeram bem. Tanta jovialidade vem de um dia a dia agitado e, como ele mesmo diz, rodeado de jovens. “Trabalhar com jovens talentos [ele tem três assistentes bem mais novos] é muito dinâmico, e isso me alimenta muito energeticamente”.

Hoje em dia a saúde vem em primeiro lugar. A parte da manhã é dedicada aos cuidados pessoais e a parte da tarde é o momento de trabalho. “Pela manhã me concentro, medito, faço massagem. Preciso ter saúde física, para estar com a mente em dia e alerta com as coisas que acontecem ao meu redor”, completa ele, que acredita na medicina holística, faz ginástica de três a quatro vezes por semana e há seis meses começou aulas de ioga diariamente. “A prática é maravilhosa, pois trabalha exatamente o que eu procuro: o equilíbrio entre mente e corpo”.

Mas os cuidados não param por aí. O estilista tem uma pele de dar inveja a muito jovens na faixa dos vinte. Se é genética ou cosmética? Um pouco dos dois. “Agradeço aos meus pais pelos genes, mas meus assistentes reclamam que eu gasto muito dinheiro com cremes de beleza e que uso potes e potes deles a cada dia”. Mas não foi sempre assim. Foi há uns 20 anos que o ritual de cremes virou sagrado. Há dez, aderiu a um programa de detox durante duas semanas por ano. Antes disso, não estava nem aí, garante. Ah, o cabelo impecável é obra do coiffeur Massato, fiel escudeiro desde os 50 anos.

Carol Lim e Humberto Leon e look do estilista Kenta Matsushige
Carol Lim e Humberto Leon e look do estilista Kenta Matsushige || Créditos: Getty Images / Reproduçao Instagram

Kenzo Takada não atua na marca que leva seu nome desde 1999, mas acompanha de perto o trabalho da dupla criativa da grife, Carol Lim e Humberto Leon. “Eles são jovens , têm uma percepção gráfica muito interessante que rejuvenesceu a marca. Fiquei muito feliz. Quando vejo as coleções, percebo que eles pesquisam muito nos arquivos de referência que deixei quando saí. Eles trabalham muito bem esse mix do próprio estilo e técnicas pessoais , com um DNA da marca no pano de fundo”.

O que essa nova geração de estilistas japoneses vai oferecer para o cenário fashion? “Eu sempre me pergunto esse tipo de coisa. Tem muitos jovens talentos hoje, mas nos anos 70/80 a nossa geração queria ir para Paris, para o mundo, se mostrar e se colocar no mercado. Há certo tempo os novos talentos ficam no Japão, por ter muita coisa acontecendo lá. Acho isso uma pena, porque é preciso se internacionalizar. Na minha época esse grupo de estilistas no qual eu estava incluído tinha necessidade de sair e respirar novos ares, e talvez eles sintam falta desse fresh air. O motivo deve ser a velocidade e a concorrência. Ainda não sei dizer se isso é bom ou não. Mas tenho uma aposta sim: Kenta Matsushige, um estilista japonês que vive em Paris. Acho ele muito bom. As peças são estruturadas, jovens e com propósito .”

E quando agente pensa que acabou, o estilista – que passou um ano sabático desenhando e pintando -, começa a desenhar livremente uma linda flor. Flores, aliás, são cheias de significado para ele, que imprime em várias de suas criações a violeta, símbolo da sua família desde o século 10. (Por Paula Barros)

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A flor que o estilista desenhou durante a entrevista||Créditos: Glamurama

 

 

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