O próximo filme de Keira Knightley deverá colocar ainda mais lenha na fogueira do #MeToo, porém não por causa de qualquer crime sexual do qual ela tenha sido vítima (não é o caso). É que o longo intitulado “Colette” é baseado na história de vida da escritora francesa de mesmo nome, que no fim do século 19 escreveu uma série literária de sucesso como ghostwriter do próprio marido. Ele, no entanto, colhia todos os louros da empreitada, ao mesmo tempo em que a mantinha presa em um relacionamento abusivo.
Nas entrevistas que tem concedido para falar sobre o novo trabalho, Knightley sempre frisa que esse tipo de situação – em que homens “roubam” a criatividade de mulheres – é mais comum do que se pensa em Hollywood, e tão grave quanto os casos de abuso e assédio sexual cometidos lá e revelados nos últimos meses. “Infelizmente isso acontece ainda. Mulheres são constantemente silenciadas”, disse a atriz ao “New York Post”.
Intérprete da personagem título no longa, a estrela também garante nesses encontros com repórteres que aceitou o papel muito antes do estouro dos escândalos que chacoalharam a terra do cinema. “Eu me apaixonei pelo texto, e inclusive filmamos bem longe de tudo, em Budapeste, onde os custos são menores”, ela contou durante o bate papo com o pessoal do “Post”, garantindo que aprecia o timing.
Knightley, que em junho foi condecorada com a Ordem do Império Britânico pela rainha Elizabeth II, é desde já um dos nomes mais cotados para a próxima temporada de premiações cinematográficas, e quem a viu em “Colette” – que estreia na próxima sexta-feira nos Estados Unidos – aposta que ela será uma das indicadas ao Oscar de Melhor Atriz em 2019. “Trata-se de um drama de período que parece ter sido feito sob medida para 2018 como uma ode ao pensamento progressivo e tudo que isso significa e cheio de boas atuações”, escreveu o crítico Nick Allen, do site “RogerEbert.com”. (Por Anderson Antunes)
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Dá um play aí embaixo pra assistir o trailer de “Colette”, com legendas em português:
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