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Jout Jout, o fenômeno do Youtube || Créditos: Divulgação

Estamos em 2018, e o número de pessoas querendo um espacinho no YouTube para dividirem suas opiniões sobre assuntos urgentes, tutoriais de maquiagem e até passo a passo de receitas, cresce vertiginosamente. E neste universo temos Julia Tolezano, a Jout Jout – fenômeno brasileiro da internet conhecida pelo canal “JoutJout Prazer”, que hoje conta com mais de um milhão e meio de inscritos. Vlogueira, escritora e jornalista, Julia, 27 anos, assumiu algumas missões no caminho que trilha e uma delas é fazer “cair a ficha” para questões óbvias que das pessoas acabaram esquecendo de praticar. Seu vídeo mais assistindo até hoje? “A Falta que a Falta Faz”, que já ultrapassou a marca de 5 milhões de views.

Além de ter estreado em junho um quadro no programa “Saia Justa”, do Canal GNT, Jout Jout comemora seu envolvimento na política: lançou em agosto uma série dedicada ao assunto e publicará na próxima semana o primeiro vídeo de um projeto derivado dele, em que acompanha a rotina de políticos de diversos cantos do país para mostrar que nem todo mundo é corrupto. Abaixo, nossa entrevista!

Glamurama: Já vimos seu nome ser pronunciado de diversas maneiras. Quais foram as mais esquisitas? 
Jout Jout: “Não tem nenhuma errada. As pessoas falam como elas entendem e está tudo certo. Já ouvi Jou Jou, Jut Jut… Todas estão certas.”

Glamurama: No que você se baseia para definir os temas tratados em seus videos?
Jout Jout: “No que me toca na vida. Fico observando e quando as coisas saltam aos olhos e falo: ‘ih olha o tema aqui.’ O pessoal e o profissional são muito misturados, é preciso ver o que acontece na tua frente, a conversa das pessoas, um filme que você assistiu, a reação de alguém na rua, qualquer coisa.”

Glamurama: Ao que você atribui o boom dos youtubers?
Jout Jout: “Acho que à proximidade. Rola uma identificação dos espectadores com quem gravou tal vídeo e colocou no ar. E também o fato de assistir o que quiser, na hora em que bem entender. É uma independência que o povo gosta.”

Glamurama: Temos em você um exemplo de quem que migrou do YouTube para a TV. Como foi este processo?
Jout Jout: “Não sinto que ouve uma migração, porque o formato do meu quadro no ‘Saia Justa’ é muito parecido com o dos meus vídeos. Eu não fui para o palco, para a frente das câmeras. Só levei algo parecido com o que já faço para a TV, o que é ótimo também, pois consigo atingir mais pessoas, aquelas que não estão me ouvindo por algum motivo no YouTube. Como acho as coisas que falo importantes, sempre quero alcançar mais pessoas, como aquelas que ainda não tem o hábito de acessar a plataforma online.”

Glamurama: As pessoas se divertem, mas também se comovem com você. Como é ter essa responsabilidade?
Jout Jout: “É muito bom, porque acho que sou ótima, e se for para influenciar, fazer rir ou chorar, repensar algum hábito que não é bom, é importante que seja uma pessoa bacana fazendo isso.”

Glamurama: Qual o vídeo favorito de seu canal e por quê? 
Jout Jout: “É muito difícil escolher um, gosto muito dos vídeos. Revejo eles em filas de aeroporto, em todo lugar, mas ultimamente estou tendenciosa a gostar mais da série sobre política, que está sendo uma experiência completamente diferente de tudo o que já fiz. Estou apaixonada.”

Glamurama: Fale um pouco sobre essa série que trata do assunto mais urgente do momento. Como tomou essa decisão, já que o tema “política” é tão complexo e divide tantas opiniões?
Jout Jout: “Sempre evitei o assunto por não entender sobre ele, até que uma amiga começou a me explicar, didaticamente, e eu achei super entendível. Foi aí que percebi que precisava fazer vídeos sobre política no meu canal. No começo senti medo, fiquei muito receosa, tive várias crises e tal, mas desde que lancei a série a recepção das pessoas tem sido ótima. Elas estão aprendendo comigo e tenho tido muitas descobertas.”

Glamurama: Para quem prefere não se posicionar, qual é seu recado?
Jout Jout: “Estude mais, você vai se dar conta que não tem como não se posicionar. Óbvio que não precisa ter uma opinião super estabelecida a respeito de todos os aspectos da política, mas quando você entende que está em tudo a sua volta, tem que tomar as rédias, seja de que lado for. Escolha os candidatos que desejar, mas saiba as consequências disso e entenda o motivo. E não vote em alguém só porque os amigos vão votar, crie um senso crítico mais apurado.”

Glamurama: Além de política, quais os temas mais urgentes a serem debatidos atualmente?
Jout Jout: “Muitas pessoas estão morrendo e sofrendo no Brasil de hoje, e o que eu puder fazer para que as pessoas sofram ou morram menos, eu farei. Meu foco é sempre esse. No meu canal falo um monte de coisas óbvias, que todo mundo já sabe, mas que acabam se esquecendo, então, quando assistem, costumam dizer: ‘Nossa, é verdade, não posso falar assim’ ou ‘Não posso falar assim do meu corpo, isso é um ato político.'”

Glamurama: É como “cair a ficha?” 
Jout Jout: “Sim, fazemos esse serviço aí.”

Glamurama: Hoje você tem uma estrutura muito maior do que quando começou. Como era antes?
Jout Jout: “De um mês para cá, sim! (Risos) Desde o começo sempre foi eu e o Caio (Franco), e depois de um ano de canal a gente se juntou com a Luciana Pimentel, nossa agente, que trouxe com ela uma pequena equipe. Sempre editei todos os vídeos, mas a partir do momento que surgiu um projeto que exigia uma estrutura maior, como a série sobre política, precisamos aumentar a estrutura. Hoje contamos também com Liz [Tibau], produtora da nova série.”

Glamurama: Quando você olha para tudo o que conquistou, o que pensa?
Jout Jout: “Não dá nem tempo de pensar, mas é incrível. Fico me sentindo a pessoa mais privilegiada do mundo de ter um trabalho tão incrível. Amo muito o que faço e o efeito que isso tem sobre quem assiste. Dá para ver na cara delas quando me abordam. É muito gratificante, durmo bem tranquila.”

Glamurama: O que vem de novo por aí?
Jout Jout: “Depois que a gente começa a falar de política a gente se anima, né? Então estou começando uma série de entrevistas que acompanham a rotina de políticos brasileiros ‘do bem’, que estão fazendo o que todos deveriam fazer de fato, que é olhar para o povo e não para si próprio. Quero mostrar que nem todo político é bandido. No primeiro vídeo, que deve ir ao ar na próxima semana, acompanhamos Márcia Lucena [PSB], prefeita de uma pequena cidade da Paraíba chamada Conde. Até ela se eleger, o processo de candidatura lá funcionava na base da troca: você dá um botijão de gás, por exemplo, e ganha um voto, e ela conseguiu ser eleita sem dar um centavo para ninguém.”

Glamurama: Conte nos mais sobre este piloto. 
Jout Jout: “Foi muito inspirador ver uma pessoa [Márcia Lucena] que assumiu o posto não para ganhar uma grana e distribuir cargos, mas para fazer o bem. É como se ela tivesse dito aos amigos e familiares: ‘Vou dar uma pausa aqui na minha vida social para me dedicar a essas pessoas que me elegeram e daqui quatro anos estou de volta.’ Ela governa para o povo, então visita uma região diferente da cidade a cada semana para perguntar, na rua mesmo, o que estão precisando. Filmamos pessoas reclamando da falta de asfalto, e ela explicando tudo – porque ainda não foi resolvido, de onde vem o dinheiro e etc, ajudando o cidadão a participar da política. Dá vontade de se envolver, é incrível.” (Por Julia Moura)

 

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