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Jayme Monjardim está cumprindo a rotina de lançamento do épico “O Tempo e o Vento”, que tem pré-estreia carioca logo mais, na Barra da Tijuca. Glamurama perguntou ao diretor se incomoda o rótulo de “dramático” que a imprensa lhe dá. “Isso é, sim, uma característica do meu trabalho. Gosto de grandes desafios, aventuras, cenas com muita gente. Se é um projeto meu, já sabem que vai custar caro. Sou intenso na maneira de contar. Não gosto de cinema contemplativo. Nos meus filmes, é como se o espectador fosse um fantasma vivendo aquela história. Não saberia fazer nada mais light. Se fosse dirigir um longa tipo papo cabeça, estaria ferrado. Acho que na minha vida pessoal sou um cara meio épico também. É que tudo a minha volta é grande. Arrumo sarna pra me coçar. A próxima novela [‘Em Família’] vai ser gravada na Antártica. Imagina…”

* Também perguntamos sobre a recorrência da região sul como pano de fundo, como na minissérie “A Casa das Sete Mulheres”. “Sou paulista tradicional e caretão. Aqui no Rio ninguém visita o outro. Na região sul, me sinto em casa. Tenho tanto medo de eles se tornarem independentes que comprei uma estância lá, do século 18.” Sobre os cortes e adaptações na obra original de Érico Veríssimo… “Adoraria fazer um filme de três horas. É o meu sonho. Mas não posso fazer pra mim. É um longa muito caro, o primeiro feito em 4K e finalizado em 16 bytes. Se fica com duas horas, são 300 cópias. Se deixo com três, são cem. Só entraria em cartaz em dez salinhas, para eu levar meus amigos.”

* E por que uma história tão brasileira tem na trilha Maria Gadú cantando em inglês? “Quando ela me mostrou, na minha casa, tocando no violão, foi em inglês. Acabei caindo de joelho de emoção. Pedi a versão em português, mas não me acostumei com o resultado. Como pintor, tenho a liberdade de escolher minhas tintas. Não acho que esteja ofendendo ninguém.”

* Por fim, um apelo: “Torço para que aconteça um retorno dos filmes épicos, que já nos deram prêmios lá fora, como ‘O Pagador de Promessas’. Histórias que falam de dentro pra fora, como ‘Bye Bye Brasil’, não desmerecendo nossas comédias. ‘O Tempo e o Vento’ é o boi de piranha e vamos pagar um preço por isso. Espero que não muito caro e que venham outros.”

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