A edição de novembro da revista MODA acaba de chegar às bancas e conta com uma entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris. No bate-papo, ele fala sobre bom gosto, elegância, cultura, sociedade e moda. Italiano radicado no Brasil, aos 63 anos, ele afirma que passou a ter mais conhecimento sobre o mundo da moda, mas não se considera fashionista, muito pelo contrário. Por vários anos, adotou o mesmo “uniforme”: calça preta ou cinza, camisa azul, meia cinza e sapato preto. “Sempre viajei muito. Isso facilitava a minha vida, simplificava na hora de fazer as malas, eram cores que combinavam entre si”, diz ele, que é expert em fazer malas pequenas e compactas justamente para não ficar esperando a bagagem na esteira do aeroporto. “A mala para mim se tornou uma metáfora da minha liberdade de agir”, completa.
* Calligaris defende a ideia que bom gosto e elegância não são dons, mas, sim, algo que se aprende com o passar dos anos. “A gente nasce cafona e se aprimora”, diz. Para ele, a escolha de uma roupa está relacionada com um legado cultural que passa de geração para geração. “Aqui no Brasil, principalmente, é possível ascender três, quatro classes sociais em uma geração. A questão é que a cultura não caminha assim rapidamente", resume.
* "Você pode até acreditar que seu desejo é único, mas quando realiza vê que não era aquilo, que era outra coisa”, diz. Para ele, novos desejos podem vir após um estado de frustração. “É natural que a pessoa busque pequenas ou grandes gratificações imaginando que vai ajudá-la a resolver ou acalmá-la", conclui ele, que entende a cabeça dos fashionistas como poucos…
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