Há tempos que os “millennials” estão mudando drasticamente a forma como muitos produtos são pensados e oferecidos para certos públicos, mas mesmo assim chama atenção o fato de que a última indústria que aparentemente foi impactada pelos gostos “diferentões” dessas pessoas nascidas a partir de 1981 tenha sido a dos superiates. E essa nova tendência ficou evidente na edição desse ano do Dubai International Boat Show, o maior evento náutico da região do Golfo Pérsico, que rolou recentemente no emirado árabe.
É que as embarcações que mais chamaram atenção por lá não foram aquelas com decoração caprichada e tampouco aquelas com os maiores comprimentos, mas sim as mais bem equipadas para fazer longas viagens e as mais ecologicamente corretas. Especialista no assunto, o executivo da indústria naval de alto luxo Abeer Alshaali contou em entrevista para a “CNN” que hoje em dia quem compra iates são jovens que querem usar o tempo livre que têm para explorar o mundo.
“Esses novos consumidores não compram só pra mostrar que são ricos, eles querem os barcos com motores ideais para percorrer longas distâncias, abastecidos por energia solar e com cascos híbridos”, Ashaali disse para a rede americana de televisão. “Eles só querem saber de aventura, não curtem só sombra e água fresca como os mais velhos mas também querem ter a certeza de que ficarão seguros caso passem por uma tempestade intensa ou outros contratempos do tipo”, completou.
Entre os mais de 400 mega-iates apresentados no boat show de Dubai, o que mais deu o que falar foi justamente um que se encaixa perfeitamente na descrição do expert: o Esquel, do estaleiro holandês Oceanco. Com capacidade para viajar até 13 mil quilômetros sem paradas, o brinquedinho pode ser controlado à distância e é forte o suficiente para navegar pelas águas geladas da Antártica, um dos destinos mais hypados entre os muito ricos na atualidade. O preço? A partir de US$ 40 milhões (R$ 154,3 milhões). (Por Anderson Antunes)