Praticamente a única grande marca de moda francesa dentre aquelas cujo controle ainda está nas mãos de descendentes dos seus donos originais, a centenária Hermès entrou em 2022 com o pé direito.
Com as portas abertas desde 1837, ano em que nasceu como uma oficina de selas e arreiros para cavalos fundada por Thierry Hermès na extinta rue Basse-du-Rempart de Paris, a hoje gigante fashion com valor de mercado de mais de € 135 bilhões (R$ 679 bilhões) faturou € 2,7 bilhões (R$ 13,9 bilhões) nos primeiros três meses desse ano, cerca de 27% a mais do que o resultado obtido entre janeiro e março de 2021, conforme a companhia revelou em seu balanço divulgado na quinta-feira passada.
A maior parte dessa cifra é originária da Ásia, onde a maison de 185 anos acumulou vendas de € 1,7 bilhão (R$ 8,7 bilhões) no último trimestre, receita 25.7% maior do que a informada no fim do mesmo período do ano passado.
E apesar de não ser tão volumoso seu saldo em nações asiáticas, a Hermès conseguiu aumentar seu faturamento na Europa de € 381 milhões (R$ 1,9 bilhão) que teve entre janeiro e março de 2021 para os atuais € 541 milhões (R$ 2,7 bilhões) no primeiro trimestre de 2022, ou um aumento de 41.9% entre os trimestres equivalentes.
Aumentos de dois dígitos consideráveis em seus segmentos de “ready-to-wear” e acessórios (50.1%), e relógios (71.5%), assim como em seu site de e-commerce (67%), também chamam atenção no primeiro relatório trimestral da Hermès desse ano, divulgado na seman passada.
Controlada pelas famílias francesas Dumas, Puech e Guerranda, cujos membros descendem de Thierry Hermès, a Hermès tem 66.6% de seu capital sob posse do trio de clãs, o que a protege de ser comprada do dia pra noite por algum investidor agoniado. Bernard Arnault até que tentou fazer isso nos anos 2010, mas no fim desistiu da ideia.
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