Condenado na terça-feira por abuso sexual e estupro por duas das quatro acusações sob as quais era réu em Nova York, Harvey Weinstein – que foi inocentado no mesmo dia de uma terceira acusação de comportamento sexual predatório que poderia levá-lo à prisão perpétua – corre o risco de perder o título de Comandante da Excelentíssima Ordem do Império Britânico (CBE, na sigla em inglês) que recebeu da rainha Elizabeth II em 2004. A honraria é uma das mais altas concedidas pela família real do Reino Unido para civis, ficando atrás apenas daquela que torna seus recipientes em “Dame” ou “Sir”.
Há tempos que a possibilidade de tirar de Weinstein o status de CBE era discutida no Palácio de Buckingham, a residência oficial de Elizabeth II. Com a “demissão” do príncipe Andrew, o filho favorito da monarca, da realeza, o tema ganhou ainda mais importância, afinal se ela foi capaz de punir o próprio herdeiro por ter se envolvido em um escândalo sexual, não faria sentido dar um tratamento diferente ao ex-bambambã de Hollywood.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson já sinalizou que é a favor de uma punição severa para Weinstein por parte do governo que representa, e que nesse caso seria justamente a remoção do título nobre conferido a ele há 16 anos. O produtor de cinema está preso em uma cadeia de NY, aguardando a pena que lhe será dada no dia 11 de março, e que pode ir de 5 a 25 anos. De acordo com a mídia nova-iorquina, Weinstein chegou a contratar um “consultor de prisão” a fim de se preparar para o xilindró, mas mesmo assim tem dormido pouco e passa os dias comendo sanduíches de mortadela. (Por Anderson Antunes)