Para um garoto desengonçado que mal consegue chutar uma bola, Charlie Brown até que se deu bem na vida. Personagem central de “Peanuts”, a famosa tira criada por Charles Schulz e que foi publicada pela primeira vez em 2 de outubro de 1950, há exatos 66 anos, “Minduim” e sua turma ainda rendem cerca de US$ 40 milhões (R$ 130 milhões) todos os anos para os herdeiros do escritor e desenhista. A soma coloca Schulz atrás apenas de lendas da música como Michael Jackson (US$ 115 milhões, R$ 373,6 milhões) e Elvis Presley (US$ 55 milhões, R$ 178,7 milhões) na lista dos famosos cujas obras mais geram ganhos no além-túmulo.
Embora a publicação da tira tenha sido encerrada em 2000, após a morte de Schulz, Charlie, Snoopy, Lucy e companhia ainda aparecem em camisetas, videogames, brinquedos e uma série de outros produtos que movimentam em torno de US$ 80 milhões (R$ 259,9 milhões) anualmente. O trio também foi visto no ano passado em “Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme”, uma superprodução em 3D que custou US$ 99 milhões e rendeu mais de US$ 246 milhões (R$ 799,2 milhões) em todo o mundo.
Com um nome que a princípio não agradou Schulz, Peanuts chegou a aparecer em mais de 2,6 mil jornais em 75 países, para um público estimado em 355 milhões de pessoas. A partir dos anos 1960, a tira rendeu alguns especiais para a televisão americana, que são reprisados até hoje. Tanto sucesso, aliás, sempre intrigou o autor. “Minha vida não tem propósito, não tem direção, não tem objetivos, não tem significado e, ainda assim, sou realizado. Não consigo entender. O que estou fazendo certo?”, Schulz brincava quando questionado sobre o tema. (Por Anderson Antunes)
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