O áudio bombástico que circula pela rede, da conversa entre o senador Delcídio Amaral (PT-MS), Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e o advogado Edson Ribeiro, revela muito sobre os subterrâneos do poder. A gravação, de uma hora e meia, tem revelações de arrepiar. Um dos trechos mostra como os políticos, desabridos, batem à porta do Judiciário para pedir uma forcinha.
Quando o advogado fala do pedido de habeas corpus para que Cerveró respondesse em liberdade às acusações – para que, livre, pudesse fugir para a Espanha ou Venezuela -, Delcídio reage com naturalidade: “Nós temos que centrar fogo no STF agora. Eu conversei com o Teori (Zavascki, ministro), conversei com o (Dias) Toffoli, pedi para o Tofolli conversar com o Gilmar (Mendes). O Michel (Temer, vice-presidente da República) conversou com o Gilmar também (…) E eu vou conversar com Gilmar também. Ele oscila muito”. Todos os ministros citados negaram que tais conversas ocorreram.
O advogado pergunta ao senador petista quem seria a pessoa mais indicada para falar com Gilmar Mendes, se Renan Calheiros, o presidente do Senado, ou o ex-senador José Sarney. Delcídio afirma que o melhor seria pedir a Renan para assumir a empreitada. E aproveita para sanar uma curiosidade: “Tem mais coisa do Renan?”, pergunta ao advogado, sobre a Lava Jato.
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