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Da esq. para a dir. e de cima para baixo: Joseph Safra, Alexandre Grendene Bartelle, Eduardo Saverin, Jorge Paulo Lemann, Abilio Diniz e Edson de Godoy Bueno||Créditos: Paulo Freitas / André Ligeiro / Getty Images / Divulgação
Da esq. para a dir. e de cima para baixo: Joseph Safra, Alexandre Grendene Bartelle, Eduardo Saverin, Jorge Paulo Lemann, Abilio Diniz e Edson de Godoy Bueno||Créditos: Paulo Freitas / André Ligeiro / Getty Images / Divulgação
Da esq. para a dir. e de cima para baixo: Joseph Safra, Alexandre Grendene Bartelle, Eduardo Saverin, Jorge Paulo Lemann, Abilio Diniz e Edson de Godoy Bueno||Créditos: Paulo Freitas / André Ligeiro
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Joseph Safra, Alexandre Grendene e outros empresários para quem crise é sinônimo de oportunidade – e de ganhar (mais) dinheiro

Por Anderson Antunes para a revista PODER de novembro

A alta do dólar é uma grande polêmica: os brasileiros acostumados a viajar para o exterior não gostaram; o consumidor sentiu no bolso, já que itens básicos, como o pãozinho francês, têm componentes importados – no caso, o trigo; e grande parte do empresariado que aproveitou o populismo cambial das últimas décadas e se endividou em dólar agora se revolta. Mas nem tudo vai mal. O real desvalorizado torna o Brasil mais competitivo no mercado internacional e beneficia setores exportadores e a indústria nacional – pelo menos as que não têm dívida em moeda estrangeira. Como defendeu em entrevista recente Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do Banco de Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ex-ministro das Comunicações, hoje à frente da operação brasileira da fábrica de caminhões chinesa Futon: “O ganho de competitividade para a indústria é imenso”, disse, referindo-se à possibilidade de vender na América Latina caminhões pelo mesmo preço que os produzidos na matriz chinesa. Para empresários globais, como Jorge Paulo Lemann, e banqueiros internacionais, como Joseph Safra, o cenário é ainda melhor. O fato é que quando alguns perdem, outros ganham – e há muitos brasileiros dispostos a aproveitar as oportunidades geradas pela crise.

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JORGE PAULO LEMANN

Em 11 de outubro, o mais célebre e próspero bilionário brasileiro mudou sua rotina e  foi para a cama depois das dez da noite:  de sua casa na Suíça,  articulava o que viria a ser o terceiro maior negócio da história corporativa mundial. Instruía seus assessores sobre como convencer Jan du Plessis, presidente do conselho de administração da cervejaria SABMiller, a aceitar a oferta de compra feita dias antes pela Anheuser-Busch InBev (AB InBev), líder mundial no setor de cervejas, corporação controlada por Lemann e seus sócios – Beto Sicupira e Marcel Telles.  O argumento matador –  leia-se US$ 122 bilhões  –,  viria pouco mais tarde, e o arremate serviu para provar mais uma vez que Lemann, Sicupira e Telles são os empresários brasileiros mais arrojados e globalizados de que se tem notícia.

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JOSEPH SAFRA

Descendente de uma família de banqueiros da Síria, Joseph Safra sabe melhor do que ninguém como movimentar seu dinheiro no mercado global para fugir de crises. No Brasil desde a década de 1950, auge da industrialização, Safra é dono do oitavo maior banco do país. A desaceleração da economia brasileira, a partir de 2013, coincidiu com o aumento dos investimentos do banqueiro no exterior. Há dois anos ele foi às compras e arrematou o banco suíço Sarasin, agora J. Safra Sarasin, por US$ 1,13 bilhão. Ano passado, em parceria com o recluso bilionário José Cutrale, do setor de citricultura, comprou 50% da Chiquita Brands International, maior produtora de bananas do mundo, por US$ 625 milhões. Também em 2014, pagou US$ 1,1 bilhão pelo The Gherkin, famoso arranha-céu londrino em forma de ogiva.

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ABILIO DINIZ

Forçado a abrir mão do controle da empresa que ajudou a criar, Abilio Diniz se desligou do Grupo Pão de Açúcar (GPA), em 2013, depois de sucessivas quedas de braço com o grupo francês Casino, que adquiriu uma fatia do grupo em 2012. Diniz saiu do negócio com a conta bancária (mais) recheada e passou, ato contínuo, a comprar ações do Carrefour, principal concorrente do Casino na França e vice-líder no mercado de varejo global, atrás da Walmart. Atualmente, Diniz, que completa 79 anos em dezembro, já é dono de mais de 3% dos papéis do Carrefour, o que equivale a cerca de US$ 700 milhões. E mais: nos bastidores, estaria negociando com outros acionistas da rede de supermercados francesa.

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EDSON DE GODOY BUENO

Em 2012, antes da economia do país se complicar de vez, Edson de Godoy Bueno vendeu 90% da seguradora Amil, fundada por ele em 1972, para o grupo norte- americano UnitedHealth por US$ 4,9 bilhões. O acordo também lhe rendeu uma participação na empresa, hoje em torno de US$ 280 milhões. Só em dividendos  Godoy embolsa pelo menos US$ 3 milhões por ano. Ele também investe em imóveis de alto padrão no Brasil e no exterior – em junho, por exemplo, pagou US$ 53 milhões por um apartamento no edifício One57, com vista para o Central Park, em Nova York, e conhecido como “Vila dos Bilionários” por conta da quantidade de vizinhos que, como ele, pertencem ao seleto clube dos dez dígitos.

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EDUARDO SAVERÍN

Raro bilionário brasileiro que ficou mais rico em 2015, Eduardo Saverin viu sua fortuna pessoal aumentar de US$ 4,8 bilhões em março para os atuais US$ 5,9 bilhões. Ele deve isso ao Facebook, empresa da qual é um dos fundadores e  grande acionista. De janeiro para cá, os papéis da companhia valorizaram mais de 24%. Hoje, morando em Cingapura, Saverin também investe em startups ao redor do mundo, como a Tech in Asia, site de notícias; a Silvercar, empresa de serviço de aluguel de carros em 11 aeroportos norte-americanos; e na Hopscotch, site de varejo indiano especializado em roupas infantis. Ah, e ele também é sócio da Velos Partners, private equity com sede na Califórnia que administra um fundo de US$ 100 milhões com foco em empresas de tecnologia.

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ALEXANDRE GRENDENE BARTELLE

“Dólar a R$ 4 é ótimo para quem exporta e traz mais benefícios para o país do que um dólar fraco”, afirma o fundador da gaúcha Grendene. Maior exportadora de calçados do Brasil e fabricante da famosa sandália Melissa, a empresa faturou no primeiro semestre deste ano mais de R$ 288 milhões no exterior, ou 26,2% de sua receita bruta no período. Para o empresário, o governo deveria focar no aumento das exportações. “Poderia ser a solução para a crise atual, pois contribui para melhorar o orçamento”, diz ele, que confirmou estar aberto a eventuais conversas para comprar a Alpargatas, fabricante das sandálias Havaianas, um dos produtos brasileiros de maior sucesso lá fora. Recentemente, o grupo Camargo Corrêa, que controla a Alpargatas, comunicou que busca compradores para a empresa.

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