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Cenas de “Bonequinha”, clipe de Gloria Groove | Créditos: Rodolfo Magalhães

Gloria Groove, ou melhor, Lady Leste, seu alter ego, acaba de anunciar uma nova era ao lançar “Bonekinha”, hit que passeia pelo pop, rock e funk. Em conversa com Glamurama, a cantora que é fenômeno e referência, fala sobre a sua trajetória de vida, momentos de nostalgia, mudanças na carreira, misturas musicais, pandemia e representatividade. Ao papo! (por Baárbara Martinez)

Passeio por estilos musicais
“Meu último trabalho foi R&B do começo ao fim, com uma sonoridade completamente voltada para isso e falando muito de amor […] Eu acredito que esse trabalho vai ficar marcado para sempre, essa era “Afair”, a era romântica da Gloria Groove, isso tem seu valor. No entanto, não era de agora que eu estava com vontade de fazer o pop, de sentir aquela emoção de novo, de experimentar com o pop. Estava tentando entender o que podia fundir para fazer o nosso próprio [pop], foi ai que tentei entender o que fazia de mim a Lady Leste, foi mergulhando nesse alter ego. Tem tudo para ser uma das maiores eras da minha carreira.”

Funk com uma dose de rock 
“Inevitavelmente, essa fusão do funk com uma coisa meio rock and roll deu um resultado muito Glória Groove, que nem eu sei explicar até agora (risos) De alguma forma, eu estou viva nesses dois universos que se conversam quando eu entro em jogo. Então, eu assumo que apostei muito também nessa sensação […] Fundir os dois estilos é a mesma coisa que fundir um vinil com látex, uma pluma com uma renda. É brincar de tecido, de textura. É mais um jeito de me divertir, de brincar de música como se fosse realmente uma roupinha que eu visto e tiro. Fazer música pop não é isso? Tornar icônico a partir da gravação.”

Novo nome e lembranças
“Lady Leste é uma energia, uma sensação que eu quero transmitir, quero que seja meu codinome. Eu não vou ligar se me chamarem assim de agora em diante. Me identifico muito […] Eu acredito que foi através de entender tudo que me relacionava, todas as sonoridades que me traziam de volta para a Zona Leste de São Paulo, o rock, o funk, o trap, o próprio R&B, todas essas vivências se convergem dentro da Lady Leste, consegui um panorama de tudo que eu gostava de ouvir na escola […] Bonequinha tem um clima nostálgico, que remete à adolescência de quem viveu os anos 2000. Eu sinto que isso faz jus completamente ao que estou tentando passar, essa sensação retrô, mas super futurista […] Não é de hoje que venho observando esse conceito da lady. Na minha vida eu sempre tive a Lady Gaga, que mudou muito minha vida, e a Lady Night da Tatá Werneck, que é outra muito importante na minha vida, que eu amo muito.”

Mulheres da zona leste como inspiração 
“O motivo dessa música foi justamente porque eu precisava de um hit que me desse essa impressão de ser a roupinha da era, essa sensação de introdução […] Eu falo do lado leste, que é da onde eu venho. Eu estou falando do meu coração, da minha família, acho mágico como essas coisas se conectaram dentro de um conceito pop. Como eu consigo trazer a pessoa para dentro da minha vida, do meu contexto, de quem sou eu e ao mesmo tempo fazer algo cinematográfico, grandioso. O novo nome tem um trocadilho com o nome leste, acredito que seja uma homenagem, uma menção a todas as mulheres que para mim são Lady Leste, que são as mulheres da minha família, a minha mãe, as minhas tias, minhas primas, sobrinhas. São essas mulheres que trabalham comigo, minha produtora, a assistente dela, a minha coreógrafa, são tantas mulheres da Zona Leste, que trabalham comigo e estão investidas no meu trabalho. Elas são minhas inspirações direta, acredito que essa é uma forma de ser uma carta de amor a todas essas figuras poderosas que provem do mesmo lugar que eu, estamos todas ligadas pela vontade de concretizar sonhos da radial pra lá.”

Gratidão
“É gratificante olhar meu trabalho e ver que ele se assemelha com as minhas referências, ver que eu faço jus as coisas que eu gosto, as coisas que eu me inspiro, com as ferramentas que eu tenho ao meu alcance. Com o público que tenho, consigo me expressar a essa altura da vida. Isso para mim é o maior dos presentes, porque eu sei bem que não é fácil você ser um artista LGBTQIA+, principalmente no nosso Brasil atual. Eu tenho falado para as pessoas, nessa nossa terceira, quarta fase de pandemia (parece que faz tanto tempo), de um jeito emocionado mesmo, que eu nem peço mais nada para Deus, eu só agradeço, e muito […] Eu faço o que gosto, tenho pessoas do outro lado esperando, assistindo, querendo entender o que está na minha cabeça. Para mim esse já é o presente.”

Play para conferir o clipe que compõe o novo álbum, ainda sem previsão de lançamento.

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