O Maracanã foi palco nessa sexta-feira para um momento histórico: a abertura da cerimônia das Olimpíadas, o torneio esportivo mais importante do mundo. Com cerca de quatro horas de duração, e com direção de Fernando Meirelles, Daniela Thomas e Andrucha Waddington, a apresentação mostrou ao mundo que o Brasil dá, sim, conta do recado. Abaixo, boas observações do Glamurama.
Segurança máxima
Por medidas de segurança, mas também por falta de organização, os convidados demoraram cerca de 2 horas para entrar no Maracanã. Filas imensas que quase tiraram a paciência do público. Ainda bem que a cerimônia foi um sucesso.
Um bom começo
Paulinho da Viola emocionou a plateia com uma apresentação simples e elegante do “Hino Nacional”. Já de início, impossível não reparar nos palcos inspirados nas obras de Oscar Niemeyer.
Voar, voar, subir, subir
Ao som de “Samba do Avião”, de Tom Jobim (1927-1994), uma reprodução do 14 Bis de Santos Dumont (1873-1932) decolou de dentro do estádio e sobrevoou o Rio de Janeiro. Quem representou Dumont foi Gustavo Vieira, funcionário que cuidava do sistema de cabos verticais do estádio. Claro, pois era preciso alguém que tivesse familiaridade com os cabos e que pudesse sair com segurança do avião no final da cena.
Swing brasileiro
Karol Conka, curitibana conhecida por Tombei, e MC Soffia, paulistana de apenas 12 anos, levaram mensagens poderosas com rap e hip-hop além dos muros do estádio. As duas escreveram uma música inédita para a abertura, “Toquem os Tambores”. Viva o som das periferias!
País tropical
Jorge Ben, acompanhado de 1500 bailarinos, o maior elenco do espetáculo, embalou o estádio com a música “País tropical” no melhor estilo baile charme de Madureira, festa que acontece há mais de 20 anos debaixo de um viaduto na zona norte do Rio.
Leitura
Fernanda Montenegro também teve uma participação muito especial. A atriz leu “A Flor e a Náusea”, poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que em inglês foi recitado pela britânica Judi Dench. O difícil era não se perder nas palavras enquanto se via as imagens incríveis de reflorestamento que estão acontecendo pelo mundo, em lugares como China, Etiópia e Austrália. Uau!
Gisele para sempre
Quando Gisele Bündchen cruzou uma passarela imensa construída sobre o estádio a bordo de vestido longo de paetês criado por Alezandre Herchcovitch, o mundo parou. Tem alguém mais linda do que ela? O pivô de Gisele aconteceu ao som de “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, tocada por Daniel Jobm, neto de Tom Jobim.
Me, My Selfie and I
Impossível não reparar na onda de selfies. O que Steve Boyd, coreógrafo do evento, achou disso? “Já imaginou tentar proibir agora? Não existe a possibilidade. São atletas, pessoas jovens, eles nem sabem o que é não ter um celular no bolso.”
Dia de nascimento
Ao todo, 35 atletas que disputaram o Rio 2016 fizeram aniversário nessa sexta-feira, dia da cerimônia de abertura dos jogos olímpicos. Entre eles, a italiana Federica Pellegrini, porta-bandeira de seu pais, que completou 28 anos.
Um recado para os preconceito
Entre os voluntários que levaram o nome de cada país, havia cinco transexuais dirigindo triciclos, um gesto em favor da tolerância. Uma delas foi a modelo Lea T, uma das principais modelos brasileiras e filha de Toninho Cerezo, ex-jogador da seleção brasileira.
Momento de arrepiar
Arrepiou geral quando a delegação do Brasil, a segunda maior do torneio, entrou no estadio. A plateia atingiu seu auge de vibração e veio aquela vontade de chorar, sabe?
E o “Fora, Temer”?
Sim, era claro que pessoas descontentes com a mudança de presidente iriam se manifestar. Durante os discursos, o único a não aparecer no telão, para evitar vaias, foi Michel Temer, mas mesmo assim um coro de “Fora, Temer” ecoou pelo Maracanã. Nos bastidores, quem não deixou de demonstrar seu descontentamento com o presidente interino foi Caetano Veloso. Em foto publicada por Paula Lavigne, o cantor se fez ouvir.
O mundo é um só
O desfile do time olímpico de refugiados foi de longe o momento mais marcante na cerimônia, mostrando que o brasileiro é cordial e recebe gente do mundo todo. Estreante nos jogos, a equipe conta com dez integrantes, entre eles a nadadora síria Yusra Mardini, que ajudou a salvar a vida de 20 pessoas quando fez a travessia do Mar Mediterrâneo em direção à Grécia.
As últimas estrelas da noite foram os baianos Caetano Veloso e Giberto Gil e a carioca Anitta, que se uniram para cantar “Sandália de Prata”, clássico de Ary Barroso. Anitta usou vestido assinado por Adriana Degreas. Já Gil e Caetano vestiram Osklen, sem nenhuma extravagância. Uma curiosidade sobre a escolha de Anitta para acompanhar a dupla de peso: “O Caetano sugeriu a Anitta, a quem considera uma grande cantora. Realmente ficamos impressionados: ela tem uma técnica absurda e sua interpretação é linda”, disse Fernando Meirelles em comunicado oficial.
Mini estrela da noite
Impossível não se derreter por Thawan Trindade, o garoto de 8 anos que, ao lado do veterano Wilson das Neves, sambou durante a apresentação de Anitta, Caetano e Gil. Ah, e com a entrada das 12 baterias do Grupo Especial de escolas de samba do Rio de Janeiro, que tocaram juntas.
Grande finalle
Uma escultura cinética criada pelo americano Anthony Howe, que representa o sol e se movimenta com o vento, foi criada para acompanhar a chama olímpica. Depois de rodar por mais de 26 mil quilômetros e passar por 325 cidades do Brasil em 95 dias, sendo conduzida por cerca de 12,5 mil pessoas, a chama invadiu o estádio pelas mãos do ex-tenista Gustavo Kuerten, que passou para as mãos de Hortência, até que foi entregue para o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima. Lindo!
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