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"Eu gosto mesmo é de funk, do samba eu gosto também, mas o funk é o ano inteiro e o samba para." A frase é de uma das personagens do filme "O Samba Que Mora em Mim", de Georgia Guerra-Peixe, e traduz bem o espírito do filme, que retrata em detalhes a relação dos moradores da comunidade do Morro da Mangueira com a famosa escola de samba.

* O diferencial deste para tantos outros documentários sobre samba em morros do Rio é a exploração do universo pessoal, além dos instrumentos, visando mostrar a vida por trás do espetáculo carnavalesco. A música está presente, mas serve de segundo plano para fragmentos de depoimentos pessoais. Os participantes são pessoas que vivem ali e cresceram com o samba, mas que vão além, em histórias de vida ou no lazer em bailes de funk, pagode ou forró, fora do estereótipo.

* "O Samba Que Mora em Mim" não é sobre o Carnaval nem faz crítica social. A violência e o tráfico, onipresentes no morro, ficam de lado, quase sem menção. O fio condutor, que leva o espectador até o Rio, são os depoimentos – a maioria do tempo em off, privilegiando ações e detalhes dos personagens – os mais interessantes são os dos idosos, como o do carismático mestre de bateria, que parece ter o ritmo na alma. Outra decisão acertada da diretora é a cobertura do desfile, buscando as reações mais verdadeiras da comunidade.

* O filme ganhou o prêmio especial do júri oficial de documentários na 34ª Mostra de Cinema de São Paulo e entra em cartaz, no Rio e aqui, no dia 11 de fevereiro. Vale a pena!

"O Samba Que Mora em Mim": a vida no Morro da Mangueira

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