*por Cesca Civita
Gente, não tem nada mais atual do que comprar ‘vintage’ ou simplesmente algo de segunda mão. Eu pessoalmente me arrependo muito de não ter aceito as coisas que minha mãe me dava quando eu tinha 15 anos porque achava que estavam fora de moda. Hoje eu corro para o armário dela e pergunto “cadê aquele cinto mara da Valentino? O verde?”. Ela sempre responde a mesma coisa, “mandei para o brechó!” Fico irada, peço para ela pedir de volta e invariavelmente ela liga lá e dizem que já foi vendido.
A boa notícia é que esta semana consegui, graças ao brechó, comprar uma bolsa Chloe que estava ‘sold out’ quando saiu e nem tive tempo de ver nas lojas. Comprei a bolsa por quase metade do preço e as pessoas me perguntam se é nova porque ainda não viram na loja. Tem gente que prefere usar a palavra ‘vintage’, mas eu prefiro, na maioria das vezes, usar ‘segunda mão’. Para mim ‘vintage’ é quando a peça já tem mais de 10 anos e aí já passa a ser uma antiguidade. Peças ‘vintage’ chegam a ser mais caras do que quando foram lançadas, se tornam ‘objeto de desejo’ ou uma raridade, como por exemplo, as da primeira coleção de Alexander Mc Queen, que já morreu, ou as da Gucci que datam da era pré Tom Ford que revolucionou a casa. Minha mãe tem um colar de prata da Gucci da época da minha avó que voltou a ser editado recentemente, e adivinhem… custa uma fortuna – tanto o original, quanto a reedição, que na verdade nem é tão legal quanto a primeira. Quem tiver interesse em conhecer as várias opções no mercado pode navegar pelo Instagram e conhecer perfis como @etiquetaunica ou @bffshopmycloset, e encontrar maravilhas com uma variedade enorme de preços. Quem tiver olho e faro bom pode encontrar peças ‘forever’!
Agora, se você é daqueles que procura uma raridade, pode baixar apps como Invaluable e TheRealReal, e se esbaldar com coisas mega difíceis de achar… mas já vou avisando, você sempre corre o risco de clicar naquela uma peça que tem um preço nada amigável. Outra dica para quem tem facilidade para usar empresas de transporte para enviar produtos de qualquer parte do mundo, e pode entrar nos sites de lojas em Shangai que tem o melhor ‘segunda-mão’ do mundo! Incrível o que você consegue achar por lá… tipo aquele tênis Yeezy que nem deu tempo de entender o que era quando foi lançado porque tinha fila de espera para comprar. Nesses tempos de quarentena, esse tipo de compras se tornou uma diversão, especialmente porque você tem tempo para fuçar, sem a pressão de estar dentro de uma loja física, e ser preciso naquilo que está procurando, ou apenas se divertir sem culpa. Não vamos esquecer que este hábito vai de encontro ao já mencionado ‘slow fashion’ e sua importância social nos dias que vivemos. Reciclar é cool, é criativo, é ‘planet friendly’ e, na maioria das vezes, não pesa tanto no bolso. (*Cesca Civita é criadora de conteúdo digital, formada em Global Marketing Management pela Regents University de Londres, cidadã do mundo e apreciadora do inédito)
- Neste artigo:
- Cesca Civita,
- Geração Z,