por Julia Xavier
Em meu último texto escrevi sobre Israel e Índia, locais de referência em tecnologia e inovação. Comentei que gostaria de falar sobre a China, mas que necessitaria de um espaço só pra ela. Isso porque é um país que chama muito a minha atenção, principalmente desde que visitei o Vale do Silício.
Lá no Vale eles falavam muito sobre a China e a importância de estudarmos sobre ela. E lembro que no começo nos perguntávamos: mas por que não escutamos tanto sobre o país? Por que os Estados Unidos ainda estão na frente em muitos fatores? Até que um dos palestrantes comentou que a China investe muito no próprio país, portanto muitas das grandes empresas são voltadas para os cidadãos chineses, motivo pelo qual não atingem uma proporção maior mundo à fora.
Mas também não é como se não escutássemos sobre a importância da China em momento algum. Tenho certeza de que você já escutou sobre Alibaba ou WeChat, por exemplo. Inclusive, o presidente do país já deixou clara a sua intenção de, até 2025, superar os Estados Unidos como potência tecnológica mundial. Para isso, vem investindo, assim como Índia e Israel, em programas de incentivo à inovação e ao empreendedorismo.
A China por muito tempo foi considerada uma nação que imitava as outras, mas hoje é vista como uma das mais empreendedoras. Quando o país começou com a imitação do que surgia nos Estados Unidos, a intenção era aperfeiçoar a cópia, e justamente por isso surgiam muitas empresas chinesas competindo umas com as outras dentro do próprio país, fazendo com que elas estivessem sempre em busca da inovação.
Atualmente, além dos investimentos em programas de incentivo, a China apresenta uma grande vantagem com relação a dados uma vez que muitos de seus aplicativos, como o Wechat, coletam informações que ultrapassam o ambiente virtual, por meio das funcionalidades do aplicativos que se aplicam à rotina dos usuários.
Com isso, a China é forte candidata a superar os Estados Unidos, principalmente no que diz respeito à Inteligência Artificial, pois não só apresenta a vantagem dos dados, como também possui ótimos engenheiros de IA e um bom poder de computação.
Não é à toa, o país apresenta hoje mais de 200 unicórnios (startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares), sendo o segundo com mais startups bilionárias no mundo. Dessa forma, é válido o questionamento: até quando vamos voltar a nossa atenção apenas para o Vale do Silício? (*Julia Xavier cursa Publicidade e Propaganda, e passou a se interessar pelo universo das startups, da inovação e do empreendedorismo após viagem ao Vale do Silício).
- Neste artigo:
- Geração Z,
- Julia Xavier,