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As crônicas de Nietzsche: O leão, o camelo e a criança || Créditos: Reprodução

Friedrich Nietzsche, o famoso “rouba brisa”, é sem dúvida um dos filósofos que – por mais que  não quisesse – ficou famoso a ponto de se considerado pop. Sua influência não se limitou à filosofia e literatura e chegou ao mainstream com referências e menções em músicas (salve poetas no topo 2!) e o que seria talvez o mais surpreendente, em uma sequência de filmes: “Deus não está morto” que foi uma espécie de resposta para sua provocação mais famosa “Deus está morto e nós o matamos”.

Nosso foco nessa coluna será apresentar a ideia fundamental de sua filosofia: “As Três Metamorfoses do Espírito”. Descrito nas primeiras páginas de sua principal obra, “Assim Falou Zaratustra” e narrado pelo mesmo, nesse livro ele procura ilustrar como o homem sofre uma espécie de metamorfose para alcançar a liberdade e administrar a própria vida usando como analogia: ‘O camelo, O leão e A criança’.

O camelo é o sujeito que carrega em suas costas valores que não são dele, que segue uma doutrina que o proíbe de viver a própria vida com a promessa de acessar um mundo inteligível ao se privar da razão ou herdar um reino celestial por uma boa conduta moral na Terra. O camelo não vive a vida que tem e está sempre em busca de uma promessa que nunca chega. Ele carrega ensinamentos, moral e valores que sequer questiona, é obediente aos senhores físicos e metafísicos para que lhe deem ordem e digam “Você deve viver a sua vida assim”.

O leão é o sujeito que depois de inúmeros ‘desertos’ se dá conta do seu estado e bagagem de vida. A partir dessa análise, ele se revolta e passa a destruir os valores antigos. Mas ele ainda não sabe como ser livre (ou criar seus valores), e pode ser definido como o que busca e persegue a qualquer custo a liberdade. É forte e rebelde.

A criança é sem dúvida uma analogia muito curiosa. Por exemplo, você pode deixar apenas uma pedra e uma criança em um lugar que ela vai interagir e arrumar uma forma de se divertir com aquilo. A criança é o ser verdadeiramente livre para pensar e viver e consegue brincar com tudo. Ela cria suas brincadeiras, ou seja, devemos ser como uma criança nesse sentido: criar nosso próprio valor, juízo, dizer sim à vida!

Sermos senhores de nós mesmos e o mais importante: ao destruirmos valores obsoletos nos damos de cara com o niilismo, com a questão de “Qual o sentido da vida?”, e justamente a criança é capaz de dar um sentido para a vida dela e encarar com leveza, viver de maneira única e singular. Gostou? Assista o vídeo abaixo.

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