A transexualidade nunca foi tão discutida como agora. Apesar disso, ainda há grande resistência e aversão em conversar sobre o assunto. A Organização Mundial de Saúde, por exemplo, lista o “transexualismo” como um transtorno mental em sua classificação internacional de doenças. Se em pleno 2016 ainda encontramos esse tipo de barreira para abordar o assunto, imagina na década de 1920?
Bom, foi nessa época que viveu Lili Elbe, a primeira mulher transexual a se submeter a cirurgia genital. Ela nasceu como Elinar Wegener, que se tornou um pintor de relativo sucesso e até se casou com a pintora Gerda. Mais tarde começou a se referir a si mesmo como Lili, como gostava de ser chamada. O filme “A Garota Dinamarquesa”, de Tom Hooper, é sobre a história dessa mulher.
Ainda que o roteiro tenha um ar melodramático, a intenção em apresentar esse personagem é muito ousada. A ousadia nesse filme ainda se torna maior com a sutileza da atuação de Eddie Readmayne, que é onde se encontra a humanidade desse personagem. Do trabalho de voz até os pequenos gestos corporais, o ator britânico se supera. Leonardo DiCaprio que me desculpe, mas o Oscar de Melhor Ator dessa temporada deveria ser para outra pessoa.
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