Gabriel Leone tem perfil diferente de seus colegas atores. Aos 24 anos ele já coleciona papéis de peso desde que despontou como Guilherme em “Verdades Secretas” (2015). Desde então, só na Globo estrelou “Velho Chico”(2016), “Os Dias Eram Assim” (2017) e fez uma participação especial na série “Carcereiros” (que ainda não estreou) e, sustentou personagens bacanas no cinema ao interpretar Roberto Carlos no filme biográfico de Erasmo Carlos “Minha Fama de Mau” e o pernambucano “Piedade”, que Leone disse ao Glamurama ter sido a melhor experiência artística de sua vida. Mas o trabalho mais desafiador tem tudo pra ser seu papel em “Onde Nascem os Fortes”, supersérie que estreia no dia 23 de abril e que exigiu dele, que interpreta o jovem empresário e paleontólogo Hermano, e de seus colegas longas temporadas no sertão da Paraíba. No papo com o ator, a gente descobre a intensidade que ele leva em sua vida pessoal e profissional. Vem!
Glamurama: Pode nos falar um pouco sobre Hermano, seu personagem em “Onde Nascem os Fortes”?
Gabriel Leone: “Hermano é objetivo, conciso e conhece pouco de seu passado. Ele foi adotado pelos pais e vive para estudar; é paleontólogo. Na história, logo de cara ele cruza com Maria (Alice Wegmann), com quem vai viver um amor impossível, uma saga de amor sertaneja.”
Glamurama: Qual tem sido o maior desafio nesse papel?
Gabriel Leone: “Estamos passando longos períodos no sertão. Aqui escurece bem mais cedo, é quente e seco de dia, esfria e venta à noite. Nos recolhemos mais cedo que o normal. É um exercício diário de solidão, autoconhecimento, repleto de aprendizado e carinho entre nossa equipe e os profissionais que nos receberam.”
Glamurama: Passou por algum perrengue ou dificuldade?
Gabriel Leone: “Saudade de casa, dos meus pais, da Carlinha [Salles, namorada] quando não está aqui gravando.”
Glamurama: Sua namorada, a Carla Salles, participa da série também… Como é viver e trabalhar juntos?
Gabriel Leone: “Nossa troca artística é tão intensa quanto nosso amor. É mais uma vez uma oportunidade rara e especial de viver intensamente o amor e a profissão, juntos, sempre.”
Glamurama: Do que mais gostou?
Gabriel Leone: “Contato com a natureza bruta, com a energia do lajedo de Pai Mateus (que fica na cidade de Cabaceiras, na Paraíba, e onde rolaram as gravações da série), convívio com os paraibanos.”
Glamurama: Você ainda joga polo aquático? Se não, tem feito algum outro esporte?
Gabriel Leone: “Atualmente não consigo manter rotina em nenhum esporte. Tenho corrido e malhado.”
Glamurama: Você interpretou Cazuza em uma peça de escola. Gostaria de interpretá-lo de novo?
Gabriel Leone: “Cazuza já foi interpretado brilhantemente por dois amigos e grandes artistas, no cinema e no teatro, respectivamente, Daniel de Oliveira e Emílio Dantas. Tenho certeza que as performances entregues por eles serão lembradas ao longo dos tempos.”
Glamurama: O longa “Minha Fama de Mau” será finalmente lançado? Por que essa demora?
Gabriel Leone: “Lançar um filme é um processo mais trabalhoso do que rodar. São muitos fatores envolvidos, dos quais, enquanto ator, não faço parte diretamente. Estou feliz e ansioso para o lançamento.
Glamurama: Como foi passar pelo crivo de Roberto Carlos para interpretá-lo? Vocês tiveram algum tipo de contato na época das filmagens?
Gabriel Leone: “Foi a segunda vez que interpretei Roberto [Carlos], a primeira no teatro, em “Chacrinha – o musical”. Uma honra ter sido aprovado duplamente por ele. Infelizmente ainda não o conheci pessoalmente, porém como um bom fã, tenho certeza que acontecerá em breve.”
Glamurama: Como andam seus projetos musicais? Existe a possibilidade de você fazer um dueto com o Roberto Carlos em algum momento?
Gabriel Leone: “Tenho alguns projetos musicais, a maioria ainda no papel por conta da falta de tempo. Pretendo separar um período para me dedicar exclusivamente a eles. Seria uma honra cantar com Roberto!”
Glamurama: E o longa “Piedade”, fale de seu personagem? Quando estreia?
Gabriel Leone: “Sempre admirei o cinema pernambucano, cinema-resistência, com fortes heranças do cinema-novo. Trabalhar com Claudão (Cláudio Assis) foi uma das melhores experiências artísticas de minha vida. O filme é uma crítica universal à ferocidade do homem e suas máquinas sobre o próprio homem e a natureza. O Marlon, meu personagem, é um ativista e vai agir, principalmente, contra a empresa que desapropria as moradias do povo ribeirinho. É filho de um homossexual, que é dono de um cinema pornô. Ele é peça importante para resolução do mistério e do conflito da trama. Acredito que a estreia seja ainda este ano.”
Glamurama: Como foi contracenar com atores como Mateus Nachtergaele, Irandhir Santos e Fernanda Montenegro?
Gabriel Leone: “Quase não gravei com eles, estive mais com Cauã [Reymond], Irandhir e os companheiros ativistas. Mas a convivência, em Recife, com o elenco foi sensacional. A cada instante recebia uma pérola, guardadas com muito carinho.”
Glamurama: Soubemos que sua casa é lotada de revistas e livros de histórias em quadrinhos. Neste universo, o que você mais gosta? Entre personagens e desenhistas…
Gabriel Leone: “Descobri que o mundo de HQs vai muito além dos super-heróis. É a nona arte! Inclusive temos grandes quadrinistas nacionais, de diversas gerações. Piro no trabalho do Marcelo Quintanilha, da Laerte, do André Dahmer, por exemplo. E a propósito, sou nerd, leitor constante e muito fã de super-heróis.” (Por Julia Moura)
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