Presidente da França, François Hollande completa 61 anos nesta quarta-feira cercado por mulheres poderosas e ambiciosas. Desde abril do ano passado, ele trabalha na companhia constante de Ségolène Royal, nomeada naquela época ministra da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia da França, o terceiro cargo mais importante da escala hierárquica política do país depois dos cargos de primeiro-ministro e presidente da República.
O convívio entre os dois é um tanto quanto complicado, uma vez que eles mantiveram uma relação estável por mais de 25 anos e têm quatro filhos. Eles se separaram em junho de 2007, um mês após Royal ter perdido a eleição presidencial daquele ano para Nicolas Sarkozy, e após a revelação de que Hollande mantinha um affair com a jornalista Valérie Trierweiler. Mulher pragmática e feminista de carteirinha – ela não usa seu primeiro nome hifenizado, Marie, por considerar que ele foi escolhido com base em uma visão arcaica do papel da mulher – Royal nunca rompeu politicamente com o ex por saber que ainda vai precisar dele.
Já Trierweiler, que fez carreira cobrindo política para a revista “Paris Match”, eventualmente se mudou para o Palácio do Eliseu quando Hollande foi eleito presidente da França, em 2012, ocasião em que ele contou com o apoio público e irrestrito de Royal. A relação entre Hollande e Trierweiler, que nunca foi oficializada, terminou em janeiro de 2014, quando ele foi mais uma vez flagrado pulando a cerca, desta vez com a atriz Julie Gayet. A traição é contada em detalhes no livro “Merci pour ce moment” (“Obrigado por este Momento”, em português), uma vingança em forma de best-seller escrito por Trierweiler que já vendeu 200 mil cópias na França e ganhou versões em pelo menos dez idiomas.
A obra foi classificada por Royal como “absurdamente nonsense”, um comentário que foi entendido como um afago em Hollande, de quem ela espera o apoio para sua candidatura à presidência em 2017. Trierweiler continua escrevendo sobre política para a “Paris Match”, o que, dizem as más línguas, faz o presidente suar de medo a cada edição da revista que chega às bancas.
Para completar, a quarta mulher com quem Hollande divide grande parte de seus momentos hoje é ninguém menos do que a chanceler alemã Angela Merkel, com quem ele conversa com frequência por telefone sobre a crise da Grécia e de quem, invariavelmente, ele recebe ordens calado. Como diria Voltaire, “Deus criou a mulher para domar o homem”. (Por Anderson Antunes)
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