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Por Michelle Licory

“Só estudei em escola experimental. Quando vim com meus pais [Fernanda Montenegro e Fernando Torres] de São Paulo para o Rio, eles me matricularam no Instituto Souza Leão. Se seu filho tinha problemas de aprendizado, era lá que você colocava. Eu lembro que tinha muitos psicólogos. É um colégio que criou grandes egos, como eu e o Pedro Cardoso.” Fernanda Torres reviveu seus anos escolares essa segunda-feira no evento “Educação: Mitos x Fatos”, promovido pela Globo no museu Casa Daros, em Botafogo, no Rio.

Quer saber como ela era como aluna? “Eu era uma CDF em terras lenientes, obcecada por estudo. Uma vez teve uma reunião lá pra falar sobre as crianças estarem escrevendo fora da pauta. Uma das psicólogas levantou e disse: “E a criatividade do aluno?” Fui botando em mim uma exigência que não tinha na escola. Eu sentia falta de força e autoridade. Quis muito estudar no Santo Inácio [colégio tradicional carioca], tentei fazer prova…. Era opressor. Acabei indo para o São Vicente, no qual não tive dificuldade. Lá tinha um professor de matemática que era muito feio, mas passava o rodo. Casou com duas alunas.”

E com os filhos dela [e do marido, Andrucha Waddington]? “Quis botá-los no… Santo Inácio. Mas não tive coragem. Acabei colocando na Escola Parque [cheia de filho de artista, mais “liberal”], que está aprendendo a ser rígida. Lembro que no primário eu falava nas reuniões: ‘Vocês estão muito frouxos!’ A regra é importante. O Joaquim [seu mais velho, de 14 anos] já percebeu que os melhores professores de lá são os que fizeram várias faculdades. Outro dia, ele disse: ‘Mãe, a professora de química é uma besta.'”

Fernanda leu durante o evento um texto que escreveu sobre o assunto sob encomenda desse projeto da emissora. “Não relaciono estudo à prática. Acredito na escolástica, que organizou uma didática para formar homens livres, as tais artes liberais. Creio no saber libertador.” Então ela interrompeu a leitura para contar que entende muito de física quântica, porque estava na moda no teatro durante uma época. “Meus filhos têm péssimos exemplos em casa. Seus pais e avós não cursaram universidade e têm uma vida relativamente bem-sucedida.[…] Muitas vezes penso que a terceira idade me levará de volta à sala de aula. Essa é a velhice que sonho pra mim. Completar, antes do último suspiro, os buracos que me faltam e, quem sabe, reencarnar catedrática.” Gostou, glamurette?

 

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