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Fabíula Nascimento em evento de divulgação de “O Nome da Morte”, em São Paulo || Créditos: Glamurama
Fabíula Nascimento deu o “pause” nas gravações de “Segundo Sol”, em que interpreta a cozinheira Cacau, para marcar presença no lançamento de “O Nome da Morte”, longa de Henrique Goldman que estreia dia 2 de agosto em circuito nacional. No filme, a atriz vive Maria, mulher de Julio Santana (personagem de Marcos Pigossi), matador de aluguel que confessou ter assassinado 492 pessoas.
“Antes de ser a mulher de um matador ela é uma mulher”
Com bom humor ela define como “terrível” o desafio de viver a personagem. “Antes de ser a mulher de um matador ela é uma mulher, que vive à sombra de um avô e tem o destino praticamente traçado. Uma pessoa que não tem cultura nem educação, e é conformada com sua vida. Se apaixona por esse cara sem saber que ele é um matador. Julio é superdócil, ótimo pai, ótima pessoa e quando ela descobre tem uma decepção gigantesca, mas acaba compactuando com ele. Não dá para julgar essa atitude, acredito que não seja só por amor. Mas foi muito difícil para mim não julgá-la. Digo: ‘poxa vida, ninguém ajudou essa mulher a enxergar o que ela estava vivendo? É difícil aceitar.”

“Para que ficar presa a uma ideia de casamento falido”
Na entrevista fica claro o quanto Maria mexeu com Fabíula, essa uma mulher que acaba sendo cúmplice de um assassino. Que conselho ela daria a tantas Marias que existem Brasil afora? “Queria tanto ter encontrado essa Maria para falar: não faz isso, vem comigo, tem o mapa do acolhimento. Vá seguir sua vida, você tem saúde, sabe trabalhar, é uma mulher empenhada… Para que ficar presa a uma ideia de casamento falido, de uma mentira, de uma família aparentemente perfeita mas que na verdade não passa de uma mentira. Não dá para aceitar uma situação por conta de um filho, que hoje também não segura mais um casamento. Nada justifica ficar numa vida como esta. Não sei até que ponto vale esse amor bandido, que a gente sabe que existe.”

Fabíula Nascimento como Maria em “O Nome da Morte”  || Créditos: Divulgação
“Vamos à luta”
O assunto avança, ganha força, e a atriz solta o verbo sobre as mulheres de sua geração: “Graças a Deus estamos avançadas, tomando a frente de nossas próprias vidas, de nossos desejos, de nosso corpo e de nossa vontade de existir. Então vamos à luta.”
Brasil sem lei
“O contato com a realidade de um Brasil sem lei nós temos todos os dias – veja o caso de Marielle Franco, por exemplo. Nas filmagens de ‘Velho Chico’, por exemplo, vivi essa experiência. Perdi uma pessoa muito querida que cuidava dos cavalos simplesmente pelo fato de um dos animais ter defecado na frente de um bar onde se bebiam muita cachaça. A discussão avançou e um cara que viu ele crescer o matou pelas costas. A vingança, olho por olho, dente por dente, é muito forte no país. Não é preciso ser profissional para praticar violência. A morte acontece por nada em cada esquina. Há uma banalização muito forte da violência. Dá um medo…”

A cozinheira Cacau
Em “Segundo Sol”, novela das nove da Globo, Cacau tem uma personalidade que se revela aos poucos, criando no telespectador uma dúvida sobre qual é a dela. Fabíula explica por que é tão difícil decifrar sua personagem: “Ela é humana, lida com os fatos conforme eles acontecem. Relacionamentos amorosos são uma questão na vida dela, ela não consegue decidir com quem quer ficar porque, na verdade, não precisa de nada. É totalmente independente, dona de seu desejo e faz da vida o que quer. Viveu, conseguiu o que queria, então o que interessa pra ela é apenas o amor”. Sobre a desconfiança do público de que Cacau talvez seja um a grande interesseira, a atriz defende: “Ela não tem nada de interesseira. Talvez lá atrás tenha ficado com o homem idealizado, que já conhece e tem uma afinidade. E aí ela teve essa paixão platônica por Roberval, que voltou para ela, mas ela nunca pediu nada pra ele. Cacau tem o restaurante dela… Quem fica enchendo ela de presentes e joias é ele”. Sobre a cena de seu casamento com Roberval, que será exibida em breve, ela avisa: “Vêm muitas emoções por aí. As gravações foram fortíssimas.” (O que se comenta é que o noivo vai humilhar a cozinheira no altar).

Fabíula Nascimento como Cacau, em “Segundo Sol” || Créditos: Divulgação Rede Globo

“O mais bonito hoje em dia entre duas pessoas que ficam juntas é o amor”
Ainda no papo sobre Cacau, Fabíula, que namora Emilio Dantas e foi casada com Alexandre Nero por 10 anos, faz um analogia interessante sobre os relacionamentos atuais. “O mais bonito hoje em dia entre duas pessoas que ficam juntas é o amor, porque todo mundo tem sua profissão, sua independência financeira, e é justamente esse o conflito que paira sobre a Cacau. Ela tem uma retidão, um planejamento de vida, é reativa e não é 100% nada, nem boa nem ruim.”

“Estou me amando aos 40”
Prestes a completar 40 anos – no dia 18 de agosto -, a atriz chega plena à maturidade. “Estou me amando aos 40, é maravilhoso! Sou muito melhor, muito fantástica.  A idade é uma coisa linda e se você souber envelhecer, melhor ainda”. E para elevar a autoestima, ela dá a dica: “Para mim chegar aos 40 nunca foi uma questão. Claro que vez ou outra me pego pensando ‘nossa, como o tempo passa’, mas estou saudável, feliz, trabalhando. Tudo está ótimo.”

E o futuro…
Após “Segundo Sol”, de cara Fabíula pretende tirar ao menos uma semana de férias devidamente acompanhada de Emílio, “bien sûr”. Aí volta renovada para encarar outros dois projetos que chegam ao cinema ainda este ano: “Morto Não Fala”, de Dennison Ramalho, em que contracena com Daniel de Oliveira, e o infantil “Pluft”. (Por Julia Moura)

 

 

 

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